Espelhos é um espaço de auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal através da identificação de ideias preconcebidas, pensamentos limitantes, e distorções cognitivas. Há um espaço, com minhas reflexões pessoais, crônicas, poemas, etc. Espero que seja um canal efetivo de comunicação, troca de ideias, problemas, e sugestões, que proporcionem esclarecimento, entendimento, iluminação, e crescimento.
sexta-feira, 7 de abril de 2023
Legados do meu amor!
quinta-feira, 6 de abril de 2023
Renascimento
domingo, 2 de abril de 2023
Divagando sobre Datas
Hoje, 02/04, bateu uma tristeza enorme e não sabia o porquê de meu choro convulsivo. Estava chorando o quê, exatamente? As perdas, as dificuldades, ou eu mesma, meus ganhos e perdas, e principalmente a perda de quem eu fui....a Cida, que se perdeu em algum lugar do passado. Hoje, sou para a maioria a Dna Maria, e é como se eu tivesse adquirido uma nova identidade, mais senhoril, autoritária, reservada.
Na realidade, somos muitos, e poucos conhecem todas nossas facetas. Meu eu público é distinto do meu eu privado. Há camadas, não identificadas e conhecidas por todos. Alguns vislumbram nosso EU real, outros só rotulam, sem ao menos tentar conhecer e entender.
Num mundo de tantos "fakes" quando é difícil saber se um perfil, uma notícia é verdadeira ou falsa, nossos relacionamentos também são em grande parte, artificiais e hipócritas. Há pouca troca, pouca verdade, pouco amor.
sábado, 4 de fevereiro de 2023
PRESENTE
quarta-feira, 4 de janeiro de 2023
Vítimas ou Senhores de Si?
domingo, 11 de dezembro de 2022
Derradeira Homenagem!
Cinzas, isto que resta de nossa matéria, após nossa partida, se optamos pela cremação, mas garantidamente, no final, viramos pó.
Não imaginava que seria algo tão doloroso! Sempre me pareceu que engavetar uma pessoa era horrível. Ficar emparedado! Entretanto, não sei se sofremos ao ser cremados. Será que nossa alma sofre?
Dentro da urna, em um saco plástico, quase 1 quilo de cinzas, quase pó. Se não acreditarmos que nossa alma é imortal, e que nossa jornada, nesta terra de provas e expiações, tem o propósito de nos desenvolvermos, melhorarmos, como pessoas, então tudo é muito sem sentido. Tanta luta, tantas dores, sei que intercaladas por muitas alegrias e conquistas, mas sempre a impermanência de tudo, tanto das dores quanto das alegrias para no final não levarmos nada, virarmos pó. Tudo é muito efêmero!
Tenho a consciência que meu amor não é aquele monte de cinzas, mas o pensamento de que foi isto que restou de sua parte material me dá um nó na garganta, uma emoção gigante, e é difícil esta nova despedida.
Pegamos, eu o Seba ( neto) a Sol e a Nina (bisneta) um barquinho pequeno, com o Lúcio e o Gabriel (pescadores) e fomos até um barco maior. Todo um esquema de passar de um barco para o outro, e rumamos em direção à Vigia. O mar meio encrespado, tornando nossa jornada um tanto quanto arriscada, resolvemos não ir até o outro lado da Vigia, e decidimos ancorar, e lançar suas cinzas ao mar quase chegando a virada para devolver seus restos à natureza, à liberdade. Eu e Sol após ter lançado, punhado a punhado suas cinzas ao mar, jogamos flores, e fomos todos arrebatados pela tristeza, pela emoção de estar nos desfazendo de um restinho de um ser muito amado. Será que ele também presenciou esta despedida?
Na volta, muito emocionados, nem sequer nos abalamos quando após passarmos para o barco menor, Lúcio aconselhava Gabriel, que remava, a parar, e esperar determinada onda passar, e depois seguir. Como na vida, não podemos ir contra a maré, há que observar, e seguir o fluxo, com cautela e escolhendo as rotas.
Devíamos observar mais os animais e a natureza, que nos dão lições preciosas. Tudo tem seu tempo e hora e há que prestar muita atenção no quê focamos, o quê realmente importa nesta vida para não nos perdermos de nós, e de nossa missão.
08/12/2022
sábado, 15 de outubro de 2022
Lições de Vida
domingo, 25 de setembro de 2022
Primavera Gelada !
25/09/22
terça-feira, 31 de maio de 2022
Superstições
domingo, 29 de maio de 2022
Minha Maior Lição
A vida vem me dando várias lições. Nem sempre as
aprendo, então, às vezes, ela se encarrega de me fazer viver situações
similares, desafiantes, sucessivamente. Acredito que sou uma aluna um tanto relapsa. Digo isto porque,
invariavelmente, fico envolvida em problemas, que, no fundo, têm algo em comum, e
já foram vividos, experienciados, de alguma forma. Há alguém
necessitando de ajuda, e um
dilema moral e econômico a ser resolvido:
o que devo ou não fazer? O que é positivo/ negativo? Posso/ devo me omitir/ interferir? Como isto vai me afetar?
Como lidar com a culpa se eu não agir ou se minha ação for equivocada?
Como todas as
grandes crises envolvem sentimentos e situações
complicadas, nosso senso ético, os conceitos
e preconceitos, com que fomos
criados, foi somente após muita reflexão,
que constatei que todas as situações por mim vividas, envolviam
decisões em que eu me debatia com meu ego. Minha razão e minha emoção gritavam querendo coisas distintas.
Sempre evitei o julgamento e procuro me colocar no lugar do outro para ver
como eu agiria, mas meu ego, sempre interfere. Pensamos ser melhores,
superiores. Cheguei , então, a conclusão que o
desafio era lidar comigo mesma, vencer minhas limitações. Ser humilde. Este é o pré-requisito, a lição primordial,
que irá dar sustentação ao resto.
Humildade para reconhecer minha impotência frente à vida e aos demais. Ter consciência que só posso responder por mim, decidir, e enfrentar as consequências, de
minhas ações, sejam elas quais forem, mas não tenho como impedir, ou definir os
rumos da vida dos outros, por mais amor envolvido. Preciso exercer a humildade de me saber
finito, restrito e incapaz de alterar os percalços que a vida irá nos fazer enfrentar. O único que posso dominar é o meu eu, reconhecer minhas limitações,
e usar meu livre arbítrio para fazer as escolhas adequadas com coragem
e determinação.
Ser humilde, entretanto,
envolve muitos pequenos e grandes
passos: ter consciência de meus pontos fortes e fracos, reconhecer minhas vulnerabilidades, erros, ser capaz de
me despir de camadas de auto proteção,
egoísmo e máscaras, e mostrar-me como
realmente sou. Esta é a grande dificuldade e a lição maior que tenho que
aprender- identificar meu eu real.
Quem sou eu ? Lá, no fundo, não identificado por muitos? O que quero da vida, qual meu objetivo, o que desejo deixar como legado de vida?
Aprender a ser autêntico, expressando
e evidenciando, aos demais, meu eu interior;
não ser uma marionete manipulada;
saber, com suavidade, colocar uma linha
divisória entre o que é bom para os outros, e o que é bom para min; agir para contemplar necessidades diversas, sem trair
meus sentimentos, sem me violentar, e/ou
magoar os outros.
Tenho consciência que somos eternos
aprendizes e que ainda vou ter que retomar conceitos, refazer lições e revisitar
minhas posições e atitudes para ver se estou realmente aprovada nesta lição. A
lição de reconhecer meus limites, minhas possibilidades e que não sou melhor ou
pior do que ninguém; só distinta, única, como são todos os demais.
Cida Guimarães
21/05/2022
segunda-feira, 23 de maio de 2022
Mentiras Brancas
Uma mentira pode ser boa? Para quem?
Havia gastos, coisas pequenas, que também minha mãe escondia do papai, que era mais pé no chão, e encarava a realidade. Não há aqui uma crítica a minha mãe, muito importante, amei, e vou amar, sempre; possuidora de qualidades admiráveis, mas ninguém é perfeito, e este era um problema originário de uma criação/ relação equivocada, de preconceitos e falsos valores arraigados.
terça-feira, 3 de maio de 2022
UMA NOITE DE TERROR !
Deitada no sofá da sala, de pijama, assistindo TV depois de um interminável dia de aulas, Joana curtia a paz, quando se fez noite. Tempestade se aproximando. Continuou se refestelando embora a sala fosse repetidamente iluminada por relâmpagos, seguidos por estrondos, e a chuva, agora, fosse torrencial. A natureza estava em fúria. Tenta se concentrar na novela. Sempre temeu os temporais.
Soa a campainha da porta freneticamente. Quem seria? Não era o interfone, então deveria ser um morador do prédio. Levantou-se, abriu a porta, e deu com o Sr Márcio, seu vizinho de porta, senhor idoso, meio mal-humorado. Geralmente, vinha evitando puxar conversa com ele, pois desfilava sempre um interminável rosário de queixas. Para o seu“ Bom dia, tudo bem?” A resposta era invariavelmente“ Não, nem sabe, estou com muitas dores, e hoje....” Naquele dia foi incisivo:
"Rápido, saia rápido, que a água já vai invadir seu apartamento". Sem entender bem, Joana olhou para baixo e viu que a água, realmente, já adentrava o apartamento. Foi nos fundos, onde havia uma área adjacente a cozinha e viu a água entrando com força. Já estava em dois palmos de altura. Desesperada, sem saber o que fazer, pegou o celular, óculos, levantou alguns poucos objetos, e de pijama mesmo desligou a chave de luz e foi com o Sr. Márcio para o apartamento da Jacira no 1°andar, onde já se encontravam outros moradores. Foram todos para as janelas do apartamento de frente e para as escadas, que tinham janelas para a rua, que havia se tornado um rio; no térreo, a água já estava, agora, na altura de meia janela.
Viram uma mulher pedindo socorro; o carro dela boiava e ela não conseguia sair do mesmo. Gritos aflitos! Carlos, homem alto, musculoso dono de um lava-carros/garagem a meia quadra do prédio, onde Joana também guardava seu carro, aparece para ajudar, e consegue retirá-la pela janela. Cena inesquecível. Medo, tristeza, compaixão, alívio. Mistura de sentimentos. Nunca imaginara viver algo assim!
Eram três os moradores do térreo: Joana, que vivia só, o Sr. Márcio, com a esposa e Katia, com marido e dois filhos. O apartamento da Kátia era o maior, deste andar, com dois quartos.
A sensação de todos era de desespero e impotência, vendo suas casas serem alagadas. O senhor Márcio, morador antigo do prédio, já havia vivido esta situação antes; Joana nunca havia pensado ser protagonista de uma cena tão aterradora.
Quando visitou o imóvel para comprar havia lhe chamado a atenção uma escada no térreo, que lhe pareceu sem sentido. Era em V invertido e não levava a lugar algum; a escada para os demais dois andares era mais atrás, sem conexão com estes três degraus. Havia perguntado e lhe disseram haverem levantado para evitar alagamentos. Pareceu estranho, mas não lhe ocorreu que pudesse entrar água, na proporção do ocorrido. O apartamento era o que estava buscando. Lindo, aconchegante, e com um mini pátio, nos fundos.
A chuva forte durou cerca de 1 hora, mas ficaram no 1.º andar por cerca de três horas, até a água baixar. Neste ínterim, Joana tentou ligar para os filhos, mas só conseguiu falar com Pedro, o mais velho, que disse para ela ir para a casa dele, o que, no momento, era impossível. Estavam ilhados. Ligou para o namorado, que estava em viagem, para desabafar, contando que ao sair do apartamento a água já estava no meio da janela, 1 metro e meio. O que ele poderia fazer? Só a necessidade dela em desabafar, e dividir este momento horrível com alguém próximo como se isto fosse amenizar o que estava passando e sentindo.
Quando, finalmente, a água baixou, desceram para ver os estragos. Um horror!
A geladeira boiava no meio da cozinha, gavetas alagadas. Lama e entulho. Uma devastação com muitas perdas. Um cheiro horrível. Não era possível examinar os estragos porque à luz de velas, só era possível ver que os móveis haviam sido muito estragados. Impossível ligar o interruptor, pois poderia causar um curto-circuito.
Trocou de roupa, pegou documentos e dinheiro que, graças a Deus, guardava em gavetas mais altas, caminhou até a avenida, com água, ainda pela canela, e após alguns minutos conseguiu chegar até um ponto de táxi, e foi para o apartamento do filho. A garagem, na mesma rua, onde guardava seu carro, também estava alagada e seu carro precisaria, com certeza, de reparos.
Ficou imaginando como deveriam se sentir os moradores ribeirinhos, que vivem esta situação, rotineiramente, ou no temor que possa ocorrer. Pensou, também, nos grandes desastres/calamidades, e no sentimento das pessoas que de uma hora para a outra perdem suas casas e pertences.
Joana nem sabe por onde começar. O apartamento está destruído. Os tabuões do chão estão com buracos, os armários embutidos soltando a cobertura de MDF, livros inchados, sapatos que ficavam em gavetões, embaixo da cama, destruídos. Gêneros perdidos. Havia comprado há pouco duas poltronas, brancas, lindas de embalo, que jaziam tombadas, cobertas de barro.
Começam a tentar a limpeza, levantando os eletrodomésticos e testando tudo. Adentram os repórteres, com câmeras de TV, questionando as causas e solicitando entrevista. Joana dá uma declaração:
"Esta tragédia foi provocada por obras inacabadas na construção de um ducto, que devido a um planejamento pobre e descuidado, bueiros entupidos, deixaram ruas vulneráveis, e a enxurrada veio derrubando muros e estacas mal colocadas. "O que as autoridades vão fazer agora? Como vão indenizar os moradores ?”
Voltou para o apartamento após 3 dias, mas a sensação era horrível. A cada noite e a cada temporal, o medo de um repeteco; além disto, minhocas e outros insetos saiam do piso danificado. O cheiro de esgoto insuportável.
Situações traumáticas ficam como impressas, e conseguem fazer o sentimento original ser revivido.
sábado, 26 de março de 2022
REMINISCÊNCIAS
Lembro que em determinada estação, hoje não sei precisar qual, ajudávamos a ensacar as frutas para as proteger dos insetos. Adorava fazer isto. Papai nos dava alguns cruzeiros, (anos 50). Colhíamos muitas frutas, que os parentes e vizinhos levavam em sacolas. Mamãe também preparava vários doces em calda: figo, laranja azeda, doce de batata doce.
Deliciosos! Consigo, hoje, ainda, sentir o cheiro e sabor. Incrível como lembramos cheiros e sabores.
Era muito especial colher os ovos e ver as galinhas voando de poleiro em poleiro, cacarejando alvoroçadas. Amava a cena! Era tudo muito de repente; com minha entrada, o caos se instalava. Assim é na vida da gente; o inesperado nos tira de nosso eixo. Esta é, talvez, uma lembrança marcante de minha primeira infância.
Não tinha muitos amigos, mais imaginários que reais, e meus irmãos eram bem mais velhos. Me encantava criar histórias encantadas com minhas bonecas e meus diversos bichinhos de estimação. Tive um porquinho da índia, que amava vestir, e arrastar em minhas aventuras pelo pátio e vizinhança. Anos mais tarde, tive uma tartaruga. Minha diversão era fazer a Julieta colocar a cabeça fora do casco. Eu dava soquinhos no casco e chamava: “ Jujú, vem pra fora.” Hoje penso que há muita gente como a Julieta, que se esconde do mundo, que pode ser muito inseguro, apavorante.
Meu pai tinha um papagaio, Zacarias, mas com exceção de meu pai, Zacarias não deixava ninguém se aproximar. Bicava e xingava com o palavrão preferido de meu pai. “Que merda! “ Manhã cedo gritava: “ Louro quer café.”
Mentirinhas. Contamos algumas para evitar desentendimentos, tristezas, mas a verdade dói em nós.