domingo, 2 de abril de 2023

Divagando sobre Datas


Começamos  o mês, com o dia da mentira (01/04), uma celebração ancestral, de fazer "pegadinhas", que mesmo sendo relativamente inofensivas, banalizam o dano das mentiras. Elas nunca são  algo positivo, mesmo quando  são as "mentiras brancas", ditas sociais. Pura Hipocrisia!

Este ano,  como em muitos outros,  a Páscoa cai em Abril, dia 09,  depois meu aniversário, 12, e a independência do Brasil, 21. Datas com  significados distintos, mas significativas, individual ou coletivamente.  Datas e comemorações; como nos prendemos  a elas!

Já se passaram  mais de 6 meses,  sete  no dia 07/04, da passagem do meu amor para o outro plano. Neste ano, a  Sexta-feira santa, Paixão  de Cristo, dia de sua agonia e morte é  07/04.
Muito aconteceu desde então. Minha vida virou, literalmente, de cabeça para baixo e venho enfrentando muitas batalhas (pessoais, familiares, de trabalho e  manutenção das estruturas). 
Bem a vida é isto, lutas e superação! Não me queixo, me considero abençoada pois Deus me dá forças e condições de  lidar e de buscar superar as adversidades.

Depois, dia 12, meu aniversário. Chegarei lá? 

Quanto tenho aprendido e, acredito, me modificado, ao longo de minha vida! Quem sou eu hoje? Creio que mantenho  viva minha energia física e mental, talvez menos intensa, lógico, mais moderada, menos impetuosa, mais reflexiva e considerada com os demais. Hoje não crio tantas expectativas, estou mais aterrada, e procuro analisar bem uma situação, antes de me jogar. Ás vezes, ainda sucumbo à tentação do momento. Portanto,  a data sempre é para lamentar as perdas e festejar os ganhos( os mais e os menos)
 
Hoje, 02/04, bateu uma tristeza enorme e não sabia o porquê de meu choro convulsivo. Estava chorando o quê, exatamente? As perdas, as dificuldades, ou eu mesma, meus ganhos e perdas, e principalmente a perda de quem eu fui....a Cida, que se perdeu em algum lugar do passado. Hoje, sou para a maioria a Dna Maria, e é como se eu tivesse adquirido uma nova identidade, mais senhoril, autoritária,  reservada.

Na realidade, somos muitos, e poucos conhecem todas nossas facetas. Meu eu público é  distinto do meu eu privado. Há camadas, não identificadas e conhecidas por todos. Alguns vislumbram nosso EU real, outros só rotulam, sem ao menos tentar conhecer e entender.

Num mundo de tantos "fakes" quando é difícil saber se um perfil, uma notícia é verdadeira ou falsa, nossos relacionamentos também são em grande parte, artificiais e hipócritas. Há pouca troca, pouca verdade,  pouco amor.

Ah, o 21 de abril, nossa independência. Podemos celebrar ou ainda somos dominados  e de certa forma colonizados? Continuamos a importar valores, cultura e desvalorizar nossas raízes. Penso que para sermos independentes, tanto individual, como coletivamente,  há  que valorizar o que somos, estabelecer limites claros , preservar nossas propriedades, riquezas,  e cultura. Realmente é difícil  conquistar isto em um mundo globalizado,  mecanizado, onde todos querem copiar tendências e ficam, cada vez mais alienados. Temos, gradativamente, mais dificuldade em  comunicar   necessidades reais  e ter  um ouvido empático. Em horas difíceis, temos que lidar com atendentes virtuais, que não entendem nossas reivindicações e pedem para selecionar novamente no menu a opção correta. Será que tudo será mecanizado, eletrônico e nossas interações vão ficar paulatinamente mais estranhas? Socorro! Saudades de outros tempos mais simples, mais verdadeiros. Precisamos de muitos mais, mais, e poucos menos.

Cida Guimarães 
02/04/2023



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