quarta-feira, 18 de agosto de 2021

O inesperado em nossas vidas!



 Como lidamos com as incertezas, e o inesperado são determinantes para  nosso bem-estar emocional, desenvolvimento  pessoal, bons relacionamentos, e sucesso profissional. 
E, geralmente, como lidamos mal!

 Sempre esperamos que as pessoas ajam como pensamos que seria o certo, que digam o que gostaríamos de ouvir, que os acontecimentos sigam a ordem ou a forma como sonhamos. Raramente, isto acontece.  Será que  a falta é dos outros, da vida, que não é justa conosco, ou nossa mesma, que construímos fantasias em nossa cabeça? 
Acredito que nós somos os  principais responsáveis por nossas frustrações.  Não temos isenção e distanciamento para olhar e aceitar as pessoas e fatos, como realmente são, e não como esperamos que o sejam.

 A única certeza que podemos ter na vida é de  nossa finitude e de sermos, todos, seres imperfeitos; o resto é mistério,   surpreendente e inesperado. O problema é que esquecemos disto, e  idealizamos pessoas, relacionamentos, situações, acontecimentos.  O resultado, na maioria das vezes, é nossa  decepção, pois raramente a realidade é conforme a idealizamos. Nossas expectativas determinam as emoções resultantes, e  invariavelmente nos decepcionamos.
 Já viajaste a algum local que te disseram ser fantástico, tudo maravilhoso, e  tua experiência foi totalmente distinta? O contrário já ocorreu? 

 Nossa frustração e consequente decepção tem pouco ou nada a ver com as pessoas em questão,  ou com os fatos, ou lugares, mas  sim com  nossa idealização dos mesmos;  como imaginamos que seriam, em nossa não aceitação da realidade. Não buscamos olhar por uma perspectiva diferente, ver o positivo, tentando descobrir  se não acabamos por ser beneficiados.
 
Os pais deviam treinar os filhos a lidarem com as  frustrações,  pois  estas serão  inevitáveis. Não o fiz, acredito que amaciei o caminho deles, pensando estar fazendo o melhor,  pois também não fui treinada, neste sentido, e não tinha a maturidade e o conhecimento, de hoje. A vida vem me ensinando, às vezes de forma dolorida. O inesperado pode ser muito frustrante, quando diverge do sonhado.

 Quando, entretanto,  com zero expectativa de que algo positivo vá ocorrer,  somos surpreendidos por ações de gentileza inesperada, por palavras confortadoras ou amigas, que alegria nos inunda. É o inesperado agindo, e é maravilhoso! Nada esperávamos, ou julgávamos, até, que o pior iria ocorrer e, nessa altura, algo fantástico acontece. Ficamos radiantes.  Zero expectativas= grata experiência.
 Vivenciamos isto esta manhã, e foi incrível ver a solidariedade de estranhos em ajudar, a buscar soluções para nosso problema. Foi o inesperado causando, primeiro, muita angústia na busca de uma solução, e depois júbilo, vendo tudo ser resolvido como que por milagre.
Explico. Fomos a Florianópolis para uma sessão  de terapia da coluna, do Juan (meu marido), no ITC Vertebral, no Centro Empresarial.  Ao estacionar o carro na rua lateral, não reparei haver uma vala, ao lado do meio fio, que não estava protegida com gradil, e acabei com os pneus, primeiro o  traseiro, e depois quando tentei sair, o dianteiro, entalados na vala, ficando impossível  manobrar/ tirar  o carro. A largura da vala era  a do pneu, e  como era funda não havia maneira. Depois de já estar contatando com o seguro para providenciar guincho, o que também foi bastante frustrante, com as diferentes opções do "menu whatsapp", outro carro foi estacionar atrás do nosso, e avisamos para que não ocorresse o mesmo. O motorista  estacionou, com nossa orientação, e logo se prontificou em ajudar, querendo levantar o carro com meu marido.  Claro, só os dois  foi impossível. Resolveu  pedir ajuda para alguns operários de uma obra,  em frente,  e eles vieram, já  com pedaços de pau, como talas,  que usaram para criar quase que uma rampa de forma que pudéssemos tirar o carro. Disseram: "Toda semana cai um, aí." Já tinham todo o esquema pronto.
Foi lindo, e muito incrível ver as pessoas ajudando, colaborando, desinteressadamente. Quisemos  recompensar e não aceitaram. Sentimos um renascer da certeza que há muita bondade, e que somos todos perfeitos, em nossa imperfeição.

 O inesperado que nos deixou com uma sensação  reconfortante, feliz!

Cida Guimarães 
18/08/21

sábado, 14 de agosto de 2021

Reprogramando!



Podemos mudar nossa programação mental através de PNL em todas as áreas de nossa vida. Há alguns passos  que  representam um modelo para reavaliar experiências e quebrar nossos padrões desastrosos de pensamentos/hábitos, substituindo-os por novos. A dificuldade é que, geralmente, focamos somente em nossos sentimentos a respeito da situação.  É necessário clareza para definir o problema, e o desenvolvimento de novos processos, e hábitos para lidar com eles. 

Abaixo um ciclo de mudança, definido por Robert Dilts:

1. Qual é o problema?  O que ocorreu?
2. Qual é a tendência, padrão comportamental?
3. Que papel você desempenha? Qual sua responsabilidade?
4. Que fatores estão fora de seu controle?
5. Qual é a antiga ideologia?
6. Quais as opções possíveis? Há oportunidades?
7. Aceitar a verdade/ realidade, e criar  passos novos
8. Nova ideologia influenciadora

 Precisamos estar abertos à dúvida para a podermos questionar. Quando nossas crenças limitantes bloqueiam nosso progresso, há que distinguir regras e oportunidades para escolhas. Deixando de ser reativos para nos tornar pró-ativos.

Uma metáfora de aplicação de NLP:  
 "Coma o peixe você mesmo; dê peixes para outros; ensine as pessoas a pescar; comece um movimento de pesca." 





Ou seja, temos que ter a experiência, entender, ensinar e divulgar.

 Nosso objetivo primordial deve ser o de entendimento. Somente quando experimentamos algo conseguimos entender, e ser empáticos.  Precisamos partir do pressuposto que minha prática é tão importante quanto a do outro. A comunicação tem que ser com honestidade e autenticidade. Nenhum de nós tem super  poderes ou telepatia. Não temos direito a nada, em nossa interação. Se ficar desrespeitosa vai, automaticamente, ser encerrada. A confiança entre nós precisa ser protegida.  É prioritária. Vou te mostrar como quero ser tratada(o).
Preciso desenvolver minha auto consciência.
 
Como me defino? Geralmente nos definimos de diferentes formas. Por nosso gênero, profissão, habilidades, mas estas definições são acuradas? Realmente dizem quem eu sou, de fato?  

Quando nos definimos, limitamos nossa capacidade de ser. Nossas identidades nem sempre representam quem somos, mas quem gostaríamos de ser. 

 Quem sou EU?

Temos nosso SER REAL = quem eu sou, realmente  
 
Nosso SER SOCIAL IDEAL = como eu gostaria de ser visto pelos outros

Minha  AUTO ESTIMA= como me sinto a respeito de mim mesmo, e me defino

Meu EU SOCIAL= quem eu pretendo ser em público

Meus PAPÉIS DE IDENTIDADE =o papel/ pessoas com as quais me identifico.
   
Quando tiramos nossas máscaras, quem somos? Meu Eu público é igual ao meu Eu privado?
Identificar nosso ser real é o primeiro passo, em nossa jornada de  autoconhecimento. Conforme ficamos mais autoconscientes,  iremos conseguindo  nos definir de uma  forma que não limite nosso crescimento, e nos forneça condições  ilimitadas para crescer, amadurecer, e nos tornar seres humanos mais valiosos;  precisamos conseguir estar a vontade em nossa  pele. Podemos partir de uma destas equações:

1. O que fazemos e  como agimos = quem somos

2. Quem somos=  como agimos, e o que fazemos

 Quando partimos de uma definição pelos papéis que desempenhamos (equação 1), nos limitamos. Temos que partir de quem somos (equação 2), buscando identificar nosso  EU interior,  que irá determinar nossas ações e papéis.


Quem eu sou, realmente, em meu âmago, o que quero da vida, quais são os princípios que vão reger minhas ações, qual será meu papel?

 Virgínia Satir,  definiu 4 categorias responsáveis pelos conflitos familiares, e uma que pode ser utilizada para resolver os conflitos, e trazer união.

1.RECLAMADORES. Não  aceitam  responsabilidade por seus atos e preferem culpar os demais. Escondem sua solidão atrás de uma máscara dura. Iniciam os conflitos.

2.APAZIGUADORES.  Estão sempre querendo agradar, não são assertivos, nunca discordam, e buscam eterna aprovação. Evitam conflitos, e se preocupam como os outros os percebem.

3.COMPUTADORES. Aparentam calma e contenção, externamente,  mas são internamente emocionalmente carregados. Variam de extremos altos e baixos

4.DISTRAIDORES. Buscam compensação e aprovação externa para seus buracos internos. Podem ser esporádicos, aditivos, e muito destrutivos.

5. NIVELADORES. Tem equilíbrio emocional e se relacionam com todas as pessoas. Solucionam problemas com facilidade,  com poucas ameaças à sua auto estima.

 Conhecer a si mesmo, e a verdade é conhecer a VIDA. Se não priorizarmos a vida estaremos buscando a morte. A vida é sobre tomar decisões, e é significativa ao passo que você a vive. Ela vem através do crescimento e morte.
Crescer é conhecer a vida, a alegria e a paz.

Philip K Dick, The man in The High Castle
 " It´s a weird time to be alive. We can travel where we want, even to other planets. And for what? To sit day after day declining in morale and hope."

 Para que não nos tornemos seres desesperançados e sem moral é necessário autoconhecimento, auto-gerenciamento e reprogramação de nossos pensamentos e ideias limitantes.


Texto traduzido e adaptado do Curso  "NLP Master Practitioner Certificate ( Advanced to Specialist)" 
Kain Ramsey

terça-feira, 10 de agosto de 2021

Perdas e Ganhos





                        

Quando algo de  bom ou ruim acontece, em nossas vidas, temos a tendência a olhar para o fato, sem considerar todas as suas implicações.  Na hora, o impacto é bom ou ruim, e ficamos eufóricos, tristes ou profundamente abalados. Somente quando a emoção se dilui, e ganhamos certo distanciamento, conseguimos olhar para as consequências, e, estas,  muitas vezes, nos surpreendem.

Em todas as situações, estamos,  invariavelmente, ganhando  e/ou perdendo algo. Não existe só  o positivo;  o negativo está sempre acoplado, e vice-versa. Parece meio louco e exagerado, mas comecei a pensar em nosso desenvolvimento e evolução, e como, ao longo dos anos, vamos ganhando em conhecimento/ experiência,  mas, também, perdendo nosso olhar inocente e maravilhado, nos tornando mais céticos,  menos receptivos, mais desconfiados. 
No processo de envelhecimento, pessoas queridas vão ficando no caminho, e também  muitas capacidades vão sendo reduzidas:  visão, audição,  massa muscular, energia, e em muitos casos, memória e condições cerebrais. Estas perdas graduais vão nos ensinando a lidar e  assimilar melhor o inevitável, sabendo, entretanto, que se estivermos atentos e buscando nosso desenvolvimento, poderemos ter ganhos exponenciais de conhecimento e sabedoria. 

Nossos  filhos são nossas joias preciosas,  mas cada um, demanda muito em atenção e cuidado, com  saúde, bem-estar físico e emocional,  sucesso. Sem eles, não somos nada; com  eles, há, inevitavelmente, preocupações, as mais diversas. Óbvio, que a balança pende para o positivo e há muito mais a ganhar em os ter, do que a perder.  Filhos são nossa marca no mundo, e deixamos, neles, um pouco de nós. São nossa fonte de amor incondicional; um ganho inestimável.

Lembro da época em que estava na ativa, longas horas de trabalho, muitas relações, compromissos, agenda cheia, ganhando mais dinheiro, tendo reconhecimento, mas com muito pouca qualidade de vida. Sem tempo para mim ou minha família.  Olho para minha jornada, analiso minhas escolhas e constato muitas perdas, mas, também, muitos ganhos, e,  sei que se as perdas não houvessem ocorrido, muita coisa boa, também não teria tido lugar. Então, olho para elas agradecida, pois foram essenciais  para uma mudança de rumo, para  novas escolhas de vida.

Na vida somos motivados/ sabotados pelo prazer ou pela dor, ou seja, pelo que queremos atingir, ou pelo que queremos evitar; nossos sonhos ou nossos pesadelos. Ao fazermos escolhas temos que estar colocando na balança os ganhos (motivações), e as perdas (dissabores), e avaliando se teremos mais pontos positivos e/ou  negativos,   com a clareza de que nada é  só  positivo por si só /ou negativo. Tudo, sempre, tem seu reverso, e se não  aceitarmos esta realidade, seremos, muito infelizes. 

Se temos sucesso em nossas profissões e ganhamos muito dinheiro, ficamos escravos de horários, obrigações, etc. com liberdade reduzida.   Não existe só  o positivo, e isto é  bom, pois nos leva a valorizar o que há/ou  temos  de motivação (ganhos). O negativo vem sempre a reboque. Toda vez que ganhamos algo, há uma perda inevitável. Precisamos ter consciência do que queremos, e do que estamos  dispostos a abdicar.  É  um processo difícil, e doloroso porque estamos,  quase sempre, em busca da perfeição,  e esta, não existe.

Você é  motivado pelo prazer ou pela dor? Quer o ganho,  ou prefere evitar perdas? 
Reflita e veja se neste processo você está ganhando ou perdendo mais? 

É sempre possível mudar nossas escolhas, e prioridades, sendo a reflexão, e o  desenvolvimento de nosso autoconhecimento, o caminho possível e mais eficaz.



Cida Guimarães
10/08/2021

sábado, 7 de agosto de 2021

Nossas âncoras e mecanismos de defesa


                     
 
Tudo que vivemos está ancorado, ou é um suporte para algo  mais. Precisamos, na vida, ter um lugar, uma pessoa, algo que nos dê a sensação de proteção, apoio, sustentação.
 Em PNL, nossos suportes/ âncoras são técnicas para mudar/frear nossos mecanismos de defesa, e criar elementos de  suporte para lidar melhor com as situações.  
Âncoras são as amarras que nos seguram, nos prendem. Nossas visões do mundo e nossas crenças  estão relacionadas, sustentadas pelo que pensamos serem evidencias de experiências passadas.
 Como elas se desenvolvem? Quanto mais intensa for a experiência, seu tempo de duração, singularidade, e se a mesma se replicou em algum momento, mais ancorada será. Criamos bases de sustentação para as mesmas ou nos defendemos com medidas protetivas, que nos permitem gerenciar melhor nossas emoções negativas. A curto prazo nossas âncoras ou mecanismos de defesa podem ser adaptativos; a longo prazo seus efeitos  podem ser opostos e danosos.


                 

 O uso rotineiro de defesas pode reduzir nossa efetividade em lidar com os problemas e desafios, que enfrentamos em nossas vidas. Por isto é fundamental, termos consciência de nossas tendências comportamentais, e de nossos mecanismos de defesa para podermos identificar também, os mesmos, nos demais. 
 Nossos mecanismos são desenvolvidos  para lidar com nossas dificuldades e problemas,  ou para nos proteger de sentimentos de culpa, inadequação ou quando nos sentimos atacados. Há uma série de mecanismos de defesa, que não estão sob nosso controle consciente, e não são voluntários por natureza. Enquanto é improvável que consigamos nos livrar deles, podemos trazê-los sob controle na medida que nos desenvolvemos em caráter, e aumentamos nossa consciência e auto  gerenciamento. 

 De acordo com Sigmund Freud, os mecanismos de defesa são os seguintes:


1. NEGAÇÃO-  Nossa recusa em aceitar os fatos Quando uma situação fica difícil demais para nós,  podemos nos recusar a reconhecer sua existência. Negamos a realidade dos acontecimentos, tentando nos proteger da necessidade de assumir responsabilidade pela situação e suas consequências. Inventamos estórias para justificar nossas respostas e comportamentos. Esta estratégia de evitamento pode aliviar a dor a curto prazo, mas terá consequências complicadas e ramificações a longo prazo. Não podemos desconsiderar a realidade e ter bons resultados.

 Identifica situações em sua vida quando agiu em negação? Identifica agora, em nosso país, isto ocorrendo?

2. RAIVA- 

A raiva é simplesmente o ato de redirecionamento de um sentimento de fúria, consigo mesmo, projetado no outro. É uma tática de defesa para desviar a atenção, energia e pensamentos de si mesmo para os demais. Mesmo quando você está bravo com alguém por fazer algo errado, sua projeção da raiva é uma distração de seus pensamentos internos e enterrados.  Há sempre uma emoção escondida, alimentando sua resposta emocional. Exemplo. Seu parceiro esquece de seu aniversário, e ao invés de sentar com sua tristeza, você grita com ele.

Lembra de quando ficou bravo(a) por algo que tinha uma emoção alternativa motivando o fato?

3. REPRESSÃO- Há uma linha tênue entre negação e repressão. Enquanto a negação envolve uma recusa permanente em aceitar determinada realidade, a repressão envolve nosso esquecimento da experiência ou da parte que exercemos. Nossa mente, inconscientemente, decide enterrar a memória, evitando pensamentos dolorosos. Este é geralmente, o caso de abusos ou eventos traumáticos, que ocorreram em nossos anos de desenvolvimento. Enquanto a repressão, assim como a negação podem servir propósitos imediatos, especialmente para aqueles que testemunharam eventos dolorosos, a não aceitação/ou enfrentamento pode trazer consequências adversas.

Identifica situações quando utilizou a repressão?

4. DESLOCAMENTO- Você já teve um dia difícil no trabalho, e descontou sua frustração em sua família e amigos? Ou discutiu com sue parceiro (a) e depois entrou no carro e se irritou com os outros  motoristas, na rua? Ao transferirmos/ deslocarmos nossas emoções da pessoa alvo para outros que não têm nada a ver com a ofensa original, evitamos confrontar a origem de nossos dissabores e mudamos o foco para uma pessoa e/ou situação que é menos intimidante para nós. Enquanto a transferência pode nos proteger de perder um emprego, queimar uma ponte ou fazer algo com dano irreparável, não nos ajuda a gerenciar nossas emoções negativas, e acabamos por ferir pessoas que nada têm a ver com o problema em questão.

Pode identificar situações em sua vida quando você deslocou seus sentimentos para alguém ou algo?

5. TRANSFERÊNCIA-  Há uma pequena diferença entre deslocamento e transferência. Transferência é o movimento  de sentimentos passados, atitudes e conflitos para relacionamentos presentes, circunstâncias e situações.  Uma pessoa transfere atitudes, percepções ou suposições (generalizações) de uma situação passada ou de um relacionamento para uma situação, ou pessoas, no presente. Conforme as teorias psicoanalíticas (Freud)a transferência envolve experiências infantis nos relacionamentos com os pais ou outros modelos.

Consegue identificar momentos onde você utilizou de transferência em sua vida pessoal ou profissional?

6. REAÇÃO- 

Com a reação transcendemos a negação, e agimos de forma oposta. A reação é marcada por uma demonstração carregada de emoção, exagerada, compulsiva e inflexível. A formação de comportamentos reativos não varia devido à mudança  na emoção, como acontece com comportamentos naturais. Por exemplo, um pai  que se sente culpado por se ressentir do filho pode tentar compensar demonstrando amor, em todas as circunstâncias. Estes comportamentos baseados em falsas emoções são facilmente identificáveis. Os psicólogos de Psicologia Moderna Aplicada, geralmente, observam a formação de reação em clientes que afirmam acreditar em algo, e ficam bravos se qualquer coisa, ou alguém possa sugerir,  algo a outros,
 que se oponha, ou contradiga suas crenças.

Identifica ocasiões em sua vida nas quais agiu de forma exagerada em uma determinada situação

7- REGRESSÃO- 


É uma forma infantil de recolhimento, voltando a um estágio  de desenvolvimento, onde a pessoa se sente mais segura,  e os desafios foram removidos. Na visão freudiana, as partes estressantes do desenvolvimento podem ser usadas para explicar  uma gama de comportamentos regressivos. A regressão conduz as pessoas a um estágio inicial de maturidade, para se protegerem da necessidade de confrontar uma situação problemática. Imagina, por exemplo, uma discussão com seu parceiro, e ao invés de utilizar habilidades maduras de comunicação você sai, bate a porta e fica distante.  A regressão é uma resposta defensiva infantil, e geralmente faz os problemas piorarem.

Identifica momentos  em que você  voltou a um estágio anterior de desenvolvimento?

8-RACIONALIZAÇÃO- Geralmente ocorre quando tentamos explicar nossas atitudes, e comportamentos inúteis e destrutivos, de forma lógica. De acordo com Freud é um esforço inconsciente de evitar olhar as razões que estão por trás de nossas atitudes. Racionalizar um acontecimento, situação ou uma relação fracassada pode ajudar alguns indivíduos a livrar a cara, manter o auto respeito ou evitar a culpa de algo que fizeram de forma descuidada, ou desconsiderada.
Em muitos casos, a racionalização não é danosa, mas um ato de contínua auto-decepção, quando a pessoa  a usa como desculpa para seu comportamento egoísta e destrutivo.

Você se pega racionalizando com frequência? Em que situações?

9. SUBLIMAÇÃO- Ocorre quando você transforma suas emoções, conflitos, necessidades e quereres, não realizados, em saídas produtivas. A sublimação é similar ao deslocamento, mas acontece quando conseguimos gerenciar o deslocamento de nossos sentimentos de uma forma construtiva, ao invés de destrutiva. Pode ser, por exemplo, através  de uma forma de arte: escrita, música, interpretação. Quando utilizado para lidar com uma situação que não há nada possível de se fazer, é uma forma de defesa; entretanto, se utilizamos para evitar lidar com uma situação se transforma em um mecanismo infantil que, geralmente, acaba por deixar o problema escalar além do inicial.

Identifica momentos que você regressou a um estágio inicial em que você agiu de forma imatura?

10. DISSOCIAÇÃO-  Quando uma pessoa sai de sua perspectiva e vive a partir do ponto de vista de outra para se distanciar da realidade, de uma memória, ou acontecimento doloroso. Aqueles que dissociam perdem o tempo ou seu papel na história. Pessoas, com histórias de abuso infantil, geralmente, sucumbem a alguma forma de dissociação acreditando, em sua visão da realidade, ao invés da pura realidade. Geralmente tem uma visão desconectada deles mesmos e da parte que desempenham no mundo.

 Identifica situações onde ocorreu algum tio de dissociação?

11.PROJEÇÃO-  Geralmente projetamos nossos sentimentos, fracassos e impulsos nos demais. Fazemos isto para evitar aquela verdade específica sobre nós mesmos, que nos causa dor e sofrimento. Apesar de, em algumas situações, poder nos servir de forma positiva, quando projetamos sentimentos de rejeição, baixa confiança ou medo, nos demais, podemos nos impactar  negativamente, nos estressando e evitando que lidemos com a raiz de nossas emoções.
Imagina uma situação em que você se sente como um peixe fora d’água, inconfortável, e pensa que os outros estão te encarando de forma julgadora, apesar de nada dizerem,  de forma objetiva. Sua voz de insegurança está tão alta que você projeta suas ansiedades gritando com eles: "Que estão olhando?"

Identifica situações em que projetou suas inseguranças em outra pessoa?


Texto traduzido e adaptado do Curso  "NLP Master Practitioner Certificate ( Advanced to Specialist)" 
Kain Ramsey

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Autoconsciência e o desenvolvimento de autoconhecimento


“Conhece-te a ti mesmo, torna-te consciente de tua ignorância e será sábio.” Sócrates


 
Pensamentos, assim como nossas emoções, aparecem sem uma intenção ou esforço consciente. Surgem, do nada, em nossa mente, e tendem a adquirir vida própria. Em um minuto podemos estar felizes tomando café com amigos, e no minuto seguinte perdidos em meio a um bombardeio de padrões destrutivos de pensamentos. 
Ter autoconsciência é possuir uma percepção clara de nossa identidade única, incluindo nossos pontos fortes, nossas fraquezas, pensamentos limitantes, crenças e motivações. Podendo, desta forma, desenvolver nosso autoconhecimento. Ao me conhecer melhor, passo a entender as outras pessoas, saber como me percebem,  identificar suas atitudes, e escolher minhas respostas a elas, a cada momento.

Nossos pensamentos são, geralmente, disparados pela nossa interpretação inicial dos acontecimentos da vida, e  estão associados à emoção. São, entretanto, desconectados, e resultantes de nossas crenças, atitudes, e raciocínio, se tornando as estórias que nossas mentes contam, e que, algumas vezes, podem ser rapidamente constatados, como inarticulados e não verdadeiros. Geralmente, quando nossa atenção é capturada por um acontecimento,  no mundo externo, a reação emocional que experimentamos ativa uma estória já vivida, ou imaginada, em nossa mente, em uma tentativa de resolver e interpretar o que está ocorrendo.

Nosso pensar consciente está ligado ao raciocínio, às nossas crenças, e atitudes que representam como interpretamos nossas experiências de vida, mais importantes. A parte racional da mente humana é engenhosa e devido a isto podemos ser infinitamente criativos. É, entretanto, uma espada de duas lâminas quando  nossas emoções são ativadas, podendo tender para o positivo ou negativo, nos levando a pular para suposições, as mais ridículas,  inacreditáveis,  falsas, e geralmente prejudiciais a nossa saúde, relacionamentos e bem-estar social.
 Tendemos a simplificar tudo, empobrecendo nossas experiências diárias para  as explicar, criando julgamentos e opiniões mal fundamentadas. 
Muitos de nossos julgamentos e suposições podem satisfazer nossas mentes e reações emocionais a curto prazo, mas pouco nos servem em nossos relacionamentos, e raramente reaparecerão como verdadeiras, em uma relação estável.
Nosso objetivo deve ser o  de treinar nossa mente para desligar pensamentos inúteis e perniciosos. Isto pode ser atingido através do desenvolvimento de nossa autoconsciência e auto controle.
Não podemos parar nossos pensamentos, nem impedir que entrem em nossa mente, mas podemos escolher no que queremos focar, sair do  estado automático, inconsciente de respostas e funcionamento  automático. 

 Tente se perguntar:

1. De onde veio este pensamento?
2. Irá me levar onde desejo?
3. Vai acrescentar ou destruir?
4. Posso compartilhar este pensamento com outros?
5. Como me faz sentir?

 Os 7 princípios de autoconsciência:

 1. Maturidade: se pensar de forma madura, terei ações equilibradas. É vital planejar com cuidado, refletir cuidadosamente sobre nossa visão e propósitos.

2. Sincronicidade: todo aspecto de nossa vida está ligado  aos  demais aspectos. Tudo que dizemos ou fazemos irá impactar a qualidade de nossa vida para melhor, ou pior.

 3. Atração: o que nos atrai para determinadas pessoas. Atraímos semelhantes,  gostar faz ser gostado, maturidade atrai maturidade. Tudo que emitimos, que sai de nós, recebemos de volta.

4. Polaridade: Toda a experiência em nossas vidas tem um resultado contrastante. As experiências passadas dão ao nosso futuro um sentido de narrativa.

5. Timing: Há uma hora e um tempo para tudo. Como um  pendulo, a vida é um processo para ser aprendido. Uma hora balança para um lado, outra para outro.

6. Causa e Efeito:  Não podemos apreciar o que é bom sem ter o mau. Nada se mantém por si só, independente das outras coisas. Todo resultado em nossas vidas é uma consequência de uma decisão, ação, ou omissão.

7. Papéis: Conseguimos agir e funcionar mais efetivamente, quando aprendemos a apreciar os diferentes papéis que desempenhamos, e a viver livres de formas discriminatórias.

A  PNL  busca reprogramar nossos pensamentos limitantes.
Busca  identificar: 

1. Problema- Qual é a situação/ problema?
2. Tendência- Qual é o padrão?
3. Papel- Que papel você tem? Qual sua responsabilidade?
4. Fatores- O que você pode controlar? O que está fora de seu controle?
5. Ideologia- O que está influenciando? Quais são as crenças?
6. Opções-Quais as possibilidades/ oportunidades?
7. Passos - Aceitar a verdade e estabelecer passos a serem seguidos
8. Influência- Qual a nova ideologia?

Geralmente focamos em como nos sentimos a respeito da situação, sem o distanciamento necessário para estabelecer uma linha de ação.

Para nos desenvolvermos precisamos, primeiro, nos conhecer  bem, ter auto domínio, controle de nossas emoções, investir constantemente em nosso desenvolvimento. Este é o nosso estágio de APRENDIZADO. Somente quando conseguimos identificar  nossas áreas problemáticas,   dominar  nossas reações, podemos  praticar, disseminando nosso conhecimento,  para, após muito exercício, começar a colher os frutos desta empreitada.

“Frequentemente tenho longas conversas comigo mesmo, e sou tão inteligente que, algumas vezes, não entendo uma palavra do que estou dizendo.” Oscar Wilde


“Não rejeite a tristeza e não se apegue à felicidade. Logo você entenderá que a felicidade e a tristeza são dois aspectos da mesma moeda. Então, você verá que a felicidade também traz, em si, uma tristeza e a tristeza traz, em si, uma felicidade.” Osho


Texto traduzido e adaptado do Curso  "NLP Master Practitioner Certificate 
(Advanced to Specialist)" 
Kain Ramsey

terça-feira, 27 de julho de 2021

Sozinho? Solitário? Solidão?


                                

  Penso que somos todos sozinhos; cada um de nós, em nosso mundo individual, que abrimos para tão poucos. Paralelamente, nunca estamos, inteiramente sós,  temos espíritos amigos que nos acompanham, e, outros, que  nos atordoam, e temos nossos eternos pensamentos. 

Como Érico Veríssimo diz, abaixo, nossos pensamentos são nossos companheiros de todas as horas. Precisamos controlá-los, limitar  sua importância, não deixar que nos dominem.

 Se temos nossos pensamentos, não estamos sós. Que sensação horrível quando estamos em meio a outros, e nos sentimos mais sós do que nunca porque os demais não estão interessados em nosso eu real,  sendo tudo superficial, sem troca, sem  emoção. Precisamos fazer a viagem interior, conhecer  melhor nossas ideias, pensamentos, e as emoções que desencadeiam. 

Há muitos momentos em que gosto de estar só, e não me sito solitária, nem triste. Preciso de meu espaço, meu tempo. Tempo para ser eu mesma, para  organizar ideias, repensar coisas, imaginar, planejar.   Há, outros cenários, entretanto, que podem ser bem assustadores.

Fui uma criança muito sozinha por não ter irmãos de minha idade, e meus  pais serem super protetores, envolvidos com seus próprios afazeres. Brincava com minhas bonecas, inventava histórias, diálogos.   Nunca fui de ter muitos amigos. Alguns poucos, ao longo da adolescência. Aprendi, desde cedo, a conversar com meus botões. Depois, fui superando minhas inadequações, ficando mais social.

Solidão, é uma palavra, um sentimento, que significa coisas tão  diferentes para cada um.  Há pessoas que podem adoecer de solidão, entrando em depressão; outros, a temem tanto que preferem ficar em relacionamentos ruins para não ficarem sós, ou terem que lidar com este sentimento.

 Geralmente, os velhos sofrem de solidão. Parece que alguns já se desligaram, e estão em seu mundinho paralelo. Talvez, devido a problemas de surdez, desinteresse dos demais, em ouvir suas histórias repetidas. Lembro bem de meus pais, em seus últimos anos,  quase sempre alheios ao que estava rolando, ou recontando  suas velhas histórias. De alguma forma já haviam se desligado desta época, e estavam revivendo, o que foram suas experiências felizes.

Me surpreendeu, entretanto, uma pesquisa, na Inglaterra, que constatou o  crescente índice de  jovens solitários, e que a solidão vem sendo um problema na juventude, e da atualidade. Por que será? Quando temos, hoje, tantos meios de comunicação, tantas  redes sociais? Talvez porque tudo seja  muito superficial, a comunicação não é do meu  EU (Real) com o Teu EU (Real),  e sim com nossas fachadas sociais.  Quando não conseguimos uma interação efetiva,  quando não somos reconhecidos em nossa essência, voltamos para o nosso  esconderijo, nosso casulo.

 Nesta pandemia este sentimento  de isolamento, não pertencimento, aflorou, se disseminou, de forma avassaladora,  devido a estarmos, todos, forçosamente, isolados e impossibilitados de  ver/ estar com seres amados, a transpor fronteiras, a ir e vir, como estávamos acostumados. Tivemos que mudar hábitos, e buscar novas formas de contato.

Quando estamos sós temos que lidar com nossos diabinhos interiores, analisar nossos pensamentos, emoções, fazer a viagem interior que pode ser tão penosa, mas também pode iluminar nosso caminho, sinalizando equívocos, e apontando direções.


Somente quando identificamos quem realmente somos, e lidamos com nossas imperfeições podemos ficar em paz, quando  sós.

Como você lida com a solidão? Gosta de estar só ou esta possibilidade o aterroriza? Compartilha. Adoraria saber como se sente a respeito.

terça-feira, 20 de julho de 2021

Saudade

 

Sentimento que pode ser lindo, triste,  romântico, nostálgico, e que nos invade de diferentes formas. 

Palavrinha que gostamos de dizer ser propriedade de nosso idioma, dificilmente traduzida em outras línguas.  Será? Talvez não exista uma palavra equivalente, em todos seus sentidos. Em uma pesquisa sobre termos mais difíceis de serem traduzidos, ficou em 7º lugar. Todo idioma tem palavras e expressões que são muito particulares, e não possuem um termo equivalente nas demais línguas.

Saudade tem sua origem no latim "Solitatem" (solidão), mas adquiriu, com o galego, novo sentido. Usamos o termo  de forma nostálgica, triste, romântica, e  para marcar a importância  dos demais em nossa vida, sinalizando a falta, pela distância, dos seres amados, dos lugares, que nos marcaram; quando perdemos alguém, algo, ou nos perdemos de nós mesmos. Você já sentiu saudade de você mesmo? 

Eu acho esta palavra linda, e há momentos em que o sentimento também é gostoso.  É bom lembrar cenas de nossa infância, juventude,  datas e eventos que ficaram na saudade. Recordar os filhos pequenos, suas descobertas, vitórias, percalços.  Lembranças queridas de momentos que não vão voltar.  e  que gostaríamos muito de  reviver, matar as saudades.  Talvez, viver, mais intensamente, cada uma das fases de nossas vidas que, hoje, já estão empanadas, e esmaecidas pelo tempo. Entretanto, nunca conseguimos, pois, mesmo que a gente reviva a experiência,  esta não é, e nunca será igual, e ficará sempre a saudade do que foi e não é mais.

Há tantas pessoas que passaram em minha vida das quais sinto muitas saudades! Umas, já, não mais vou encontrar; talvez, em outro plano. Ficaram em mim.  Outras, que ainda é possível, mas fica a dúvida de como será este reencontro. A mesma energia, sintonia, laços de afeto, ou a distância já terá criado um muro de frieza e reserva? 

Sim, a distância aumenta a saudade, mas também  cria muros de proteção, nos torna mais reservados, sem a mesma naturalidade, intimidade. Já não mais compartilhamos nossas dores, e amores, nossos bons e maus momentos.

Lugares, cheiros, comidas também nos deixam com muita nostalgia, com vontade de revisitar, de reviver momentos.  Assim me sinto em relação à casa de meus pais, na Lucas de Oliveira. Estão tão vivos em minha memória seus espaços: as salas, copa, cozinha, nossos quartos, o pátio, as inúmeras árvores frutíferas, as roseiras do papai. Lembro quando o levei perto de Montenegro para comprar e o cuidado, e carinho com que cuidava delas.
A casa da praia, que por muitos anos teve uma placa com meu nome, "veraneio Maria Aparecida", também  me remete a momentos felizes. Praticamente nasci lá, pois foi construída quando eu ainda estava na barriga da mãe, e foi nosso local de veraneio por muitas décadas.
                                         casa na Lucas de Oliveira

  O aniversário de minha mãe, no dia 24/12, sempre deu lugar à celebração do Natal,  festejado com um lindo, e enorme presépio, montado pela mãe, com  Papai Noel, e toda a família reunida.
Ela  preparava tudo, com muito amor e cuidado. Sempre se doando. 

  Natal na Vó Emery
 
Uma comida, um cheiro, provocam em nós sensações de pertencimento. Os doces em compota que mamãe fazia: laranja-azeda, figo, doce de batata-doce, de abóbora.  Sempre havia um docinho. Recordo-me que mesmo já  com idade avançada, fazia seus doces,  que nos ofertava quando a íamos visitar, dizendo: "Um docinho de batata-doce, um licorzinho?"
Adorava licor de vinho do Porto, e tomava seu cálice diariamente.
Estão  vívidos,  em minha lembrança,  os  aniversários  dos filhos, e os lindos bolos, com temas de princesas, e outros tantos, elegido pelos netos, que mamãe preparava, com tanto amor.
Minha primeira casa própria, na rua Barbosa Gonçalves, também é uma lembrança preciosa da infância de meus filhos, que podiam brincar na rua, encenar peças, colocar banquinhas para vender revistinhas, andar  de skate, etc.

1ª aniversário da  minha filha, Cristina, na Barbosa Gonçalves, entre os irmãos André Luis e Patrícia,  e primos Guto ,  Zé Antonio, Márcio, e Toninho ( no colo da  tia Lilia).

Saudades de outros tempos, quando recebíamos cartas, cartões postais, visitávamos as pessoas, sem precisar telefonar antes.  Ah, ligávamos, também. Era ótimo quando o telefone soava, ou a campainha tocava.  Muitas festas de aniversário na família. Todo mês tinha uma.  Imagina, nesta crise, com uma festa e presente a cada mês?
Havia mais interação, mais poesia nos relacionamentos, mais delicadeza no trato.

Será que este é um papo saudosista? Talvez, mas, sempre fica a vontade de reviver tudo que foi belo e bom. Saudades do que já foi. Nas outras etapas de minha vida, não tinha consciência da importância de viver o momento presente, de como tudo é fugaz, e que tudo é troca, mudança, sendo necessário curtir cada momento, como se fosse nosso último, porque não irá se repetir.

 Carpe Diem!


CidaGuimarães
20/07/2021



sábado, 17 de julho de 2021

Verdades absolutas ou crenças limitantes?

 Nossa vida e nossas escolhas estão alicerçadas em princípios, valores, objetivos, traçados com base em nossas crenças? 
São estas crenças oriundas de uma análise cuidadosa, verdades absolutas, ou são limitantes, em vários aspectos?

A PNL busca responder a estas e outras perguntas, revisitando  conceitos  de identidade pessoal, condição atual, estado desejado, pressupostos,  estágios de desenvolvimento, já visitados  no curso de Teoria Cognitiva Comportamental e Mindfulness, mas  que tomam, na  Programação Neurolinguística, uma nova dimensão e aplicação, através da identificação de nossas verdades que se transformam em  crenças limitantes, e fazendo uma nova programação mental. 


A PNL parte dos segundos pressupostos:

1. "O mapa não é o território", frase cunhada por Afred Korzybski (polonês). Cada pessoa tem uma forma de pensar única, um mapa mental que é limitado. O que eu vejo é sempre circunscrito ao meu conhecimento, ao meu sentimento. Veja a postagem em "Mindfulness", sobre este tema.

2. As pessoas tomam as melhores decisões. A cada momento,  decidem o que consideram ser o mais adequado à situação. Precisamos identificar as intenções por trás das ações. Queremos ser julgados por nossas intenções, mas julgamos os demais,  por suas ações, sem conhecer sua história.

3. Não há bom, mau, certo ou errado.  Nada é por si só bom ou mau. Depende de minha percepção, e do que está envolvido.

4. A identidade humana só é restrita pela perfeição. Há que tentar sempre, não nos impondo limites.

5. A vida é um processo eterno de troca e mudança. Nada é permanente, e tudo e finito, e cambiável.

6. A imitação e superficialidade são um desperdício de criatividade. Nunca vou me tornar igual a outra pessoa. Devo tentar ser o melhor que eu possa, e não  copiar ou querer ser como outro. 

7. Os seres humanos devem ser entendidos e não diagnosticados. Quando emito um parecer já julguei, e talvez, não tenha entendido.

8. A concordância e discordâncias são irrelevantes à luz da verdade. Se algo é verdadeiro, não tem mais sentido a discussão.

9. O crescimento pessoal ocorre através da aceitação da verdade. Só me desenvolvo como indivíduo quando aceito minhas limitações e a verdade.

A neurolinguística usa o modelo ABC da Teoria Cognitiva Comportamental como uma meta  estratégia. É uma metodologia para superar problemas psicológicos, comunicativos e linguísticos através de estratégias para uma vida mais produtiva. Muito do que somos é baseado no que acreditamos sobre nós. Nossas crenças conscientes e inconscientes formam o mapa de nosso mundo e impactam os papéis que desempenhamos nele.  Estes mapas nos permitem negociar a vida tão eficientemente quanto possível. Crenças são um sentido de certeza sobre o que algo significa. Um sentimento construído por referências e experiências de vida (o que lhe disseram e o que sentiu). Imagine uma mesa com 4 pés. O topo da mesa é a nossa crença,  e as 4 pernas as referências que dão suporte e mantém o topo. É crucial que entendamos que nossas crenças não são reais, são somente uma representação do que consideramos real; uma representação subjetiva. Considerando que crenças são construções irreais, nenhuma crença é por si só certa ou errada. Pode ser  tanto fortalecedora ou limitante de nossas ações subsequentes. Em muitos casos nossas crenças nem pertencem a nós; nos foram ensinadas quando éramos jovens e impressionáveis, passando hoje, a determinar nossos sentimentos, pensamentos e comportamentos. 
 Para  podermos atuar e utilizar o ABC precisamos passar por alguns níveis e estágios de aprendizado. Precisamos ter fome de saber, e buscar informações para crescer em conhecimento através do estudo, desenvolvendo nosso auto conhecimento, auto disciplina para impulsionar nossa competência  para nos tornarmos uma autoridade e poder influenciar outros.

Quando desenvolvemos nosso autoconhecimento passamos por sete estágios:

Vítima:  Estágio inicial.  Estado de apatia, enfraquecimento, Eu perco (o mundo desaba sobre mim. Só comigo isto acontece. por que meu Deus?

Conflito: ressentimento, amargura; o outro perde (culpo os outros, sou ressentido) Tudo por culpa do outro. Não podia ter feito isto

Responsabilidade: perdão, colaboração, Eu venço (assumo meu papel, tento me redimir). Eu sou a responsável. Tenho que buscar uma solução.

Preocupação: compaixão, servidão, você vence (me preocupo com os demais). Como deve estar sendo difícil!

Reconciliação: Paz interior, aceitação, nós vencemos (aceito minhas fragilidades) Vou procurar ser melhor, mas isto é complicado para mim.

Holístico: contentamento, sabedoria, unidade (desenvolvo entendimento, união)

Criação livre: fogo, paixão, criatividade, liberdade (livre para criar, ser eu mesma)

É preciso reflexão e desejo de crescimento para sair dos estágios iniciais, assumir o protagonismo, e responsabilidade por seus atos, se reconciliar com seus buracos negros, suas deficiências, aceitar as diferenças, e buscar equilíbrio.


O ABC
A = Acontecimentos: o mundo, outras pessoas, experiências pessoais, historia pessoal, futuro, nosso Eu
B= pensamentos, atitudes, papéis, regras, obrigações, crenças, imagens, encontros
C= emoções, sentimentos positivos, sensações físicas
Nossa mente filtra tudo que experimentamos através de nossos sentidos em concordância com nossas crenças. Diferentes pessoas vão testemunhar um crime e ter diferentes descrições do acontecimento, conforme suas mentes tenham filtrado e interpretado o mesmo. 
O A é  a situação, o gatilho, que provoca nossos pensamentos e consequentemente nossas emoções e sensações físicas. Podemos trabalhar em nossos prensamentos, e aprender a controlar nossas emoções. Dar uma pausa antes de agir. Como diz Ghandi, no pensamento abaixo, temos que cuidar de nossas palavras para não se tornarem ações, e estas formarem hábitos que vão  definir nosso caráter e futuro.

" Watch your thoughts for they become words. Watch your words for they become actions. Watch your actions for they become habits. Watch your habits, for they become character. Watch your character, for it will determine your future. " M Ghandi

Sempre experimentamos  nossa percepção da realidade ou somente uma noção distorcida?
Dizem que nunca podemos conhecer a verdade, mas somente nossa versão dela conforme a tenhamos percebido. Pessoas distintas veem a mesma coisa; entretanto, a interpretam de modos distintos. A programação neurolinguística nos leva a focar em nossas crenças, como as mesmas podem ser modificadas, corrigidas ou descartadas. Geralmente não são as crenças das quais somos conhecedores que nos causam problemas, mas as que estão subconscientes. Crenças escondidas estão enterradas em nosso inconsciente e às vezes, até pensamos que não existem, mas tem papel significativo na forma que nos conduzimos na vida.
 Neste processo de desenvolvimento e autoconhecimento estamos, sempre, nos deparando com a VERDADE. Ela é indiscutível, e está em todos nós. É sábio tentar  nos comunicar somente com a  verdade.


 Precisamos diferenciar:
1.  Verdade empírica (fatos) Pode ser medida. Os detalhes específicos do que ocorreu, quando, onde, com quem, e o que envolveram
2. A verdade de narrativas pessoais. (Por que?) Esta é a  de lembranças e memórias pessoais. Estórias pessoais não contém toda a verdade, mas são parte integral e levam à justiça.
3. Verdade relacional (perene) sobre uma experiência que é estabelecida através da interação humana, discussão, debate.
4. Verdade Transformadora (sabedoria profunda) A exposição de noções perspicazes que levam à profundidade de autoconsciência e consciência.

Há também 5 categorias de crenças:

1. Existencial. A mais usual.  Ser ou não ser? Questionar nossa existência, nossa crença em Deus, na criação do homem, na vida eterna.

2. Associativas. Entendemos algo comparando os dados que temos com outros, associando, chegando a conclusões.

3. Causa e Efeito.  Formamos opiniões, emitimos julgamentos, e decidimos baseados em nossas experiências e suas consequências.

4. Previsões. De como será nosso futuro,  imaginando cenas que acabam influenciando nosso momento presente.

5 Meta Crenças.  Alvos. Nossa identidade social, cultural, nossos padrões em relação a gênero, educação família,  sexo, política, religião, crime. Estas definem nossos posicionamentos e ações.

 Você sabe identificar algumas de suas VERDADES?
 Quais destas são crenças limitantes?


Texto traduzido e adaptado do Curso  "NLP Master Practitioner Certificate ( Advanced to Specialist)" 
Kain Ramsey

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Caminho para Transformação Pessoal

 


A Programação Neuro Linguística, e nosso caminho para uma transformação pessoal. 

A mudança pessoal é tanto  uma experiência interna como externa que  se origina, geralmente, de uma insatisfação  interior,  que leva a uma  mudança em nossa forma de pensar, e uma busca de desenvolvimento.
Estamos, sempre, nos aproximando de algumas coisas, e nos afastando de outras, mas para que uma mudança efetiva e duradoura ocorra, em nossas vidas, precisamos passar através de uma série de pontos sucessivos. Isto não quer dizer que uma mudança não possa ser repentina, mas sim que as mais significativas seguem uma sequencia específica.
Podemos reconhecer, facilmente, nosso processo de desenvolvimento, observando as diferentes fases de nossa vida. Começamos como crianças, depois adolescentes, idade adulta, meia idade, e, inevitavelmente, velhice.
Apesar de algumas pessoas passarem através destes diferentes estágios de formas e ritmos distintos, a sequencia permanece igual. Estes estágios definidos de vida não são limitados ás mudanças físicas. Estas mudanças ocorrem, em todos os níveis, e em todas as áreas. As mudanças psicológicas e emocionais mudam em conjunção com as físicas, e vice-versa.
Uma ordem muito similar está envolvida no processo de  desenvolvimento e crescimento pessoal.

Os 7 estágios de mudanças pessoais:



  Estágio 1. Desenvolvendo nosso autoconhecimento

 A motivação para mudança ocorre quando sentimos que não estamos preenchendo nosso potencial em alguma área de nossa vida. Esta percepção, sensação pode ser sutil; você observa que não é mais tão eficiente ou não se sente mais realizado no que faz. 
Este reconhecimento o faz perceber a necessidade de ajuste em sua forma de pensar, ou em alguma atividade prática  de sua vida. Mesmo antes de identificar a origem deste desconforto interno, você  intui, sente isto em algum nível. 
Algo não está funcionando bem.

 Estágio 2. Descoberta

Quando sua mente é capaz de identificar a origem de sua insatisfação, e está fazendo o melhor possível para você se dar conta de sua presença, acontece o estágio da descoberta.
Fique atento porque seu ego pode oferecer resistência à mudança. O ego sempre busca refúgio na negação, onde finge que seu desconforto se origina de uma fonte externa e não interna. Para que a mudança pessoal ocorra, além deste estágio, é crucial que aceitemos que a origem de nossa insatisfação está em nós, e também que somos capazes de lidar com ela e a controlar. 
Nossa capacidade de mudar nossa forma de pensar é um pré-requisito para passarmos para o estágio seguinte, neste processo de mudança pessoal.

Estágio 3. Propriedade

Neste estágio, precisamos nos apropriar e assumir total responsabilidade por nosso desconforto ou mal-estar. Isto significa que precisamos reconhecer a origem de nosso problema como interna, e que são nossos padrões de pensamentos, inconsistências emocionais, hábitos de vida, crenças limitantes, ou raciocínio falho que precisam ser consertados. Precisamos nos apropriar do problema.
Este  passo fundamental nos leva à conclusão de que somente nós mesmos, podemos controlar como responder ou reagir às circunstâncias, e situações nas quais nos encontramos. 
Na vida, nosso crescimento acontece somente quando assumimos total responsabilidade por nossas ações, em uma dada situação.
Nos apropriando de nossos atos, passamos a um novo nível de maturidade, crescimento, e fortalecimento pessoal.

Estágio 4. Exposição

Este é o estágio  no processo de mudança, onde expandimos nossa busca para identificar o hábito ou atitude que parou de nos servir. Isto pode ser bastante desafiador por muitas razões. Uma das razões é que a lógica é raramente uma ferramenta na arena emocional; outra é que temos a tendência de acreditar que nossas crenças são verdades universais e, portanto, estamos, sempre, buscando formas de justificá-las.

Ao invés de iniciar uma confrontação é mais fácil refletir sobre nossos padrões de comportamento para identificar como nossas diferentes crenças podem estar afetando nossas vidas. Vimos isto em TCC com as crenças irracionais de Albert Ellis. Uma vez  que consigamos identificar a área que está nos retendo ou limitando, então teremos tanto a lógica quanto a emoção dando sustentação ao nosso desejo de mudança.

Estágio 5. Intenção

Este é o limiar da mudança pessoal. Você identificou uma crença antiga ou padrão de comportamento, e agora você está motivado para substituir por algo mais útil. Está pronto para abraçar o novo.

Está na hora de escolher a direção.

É fácil identificar qual seu estado desejado, onde você quer chegar. A mesma comparação que expôs seu desconforto inicial, vai agora revelar seu objetivo futuro.  É necessário  abraçar uma forma de pensar pró ativa, e formular seu plano de ação.

Estágio 6. Ação

Uma ação consistente é a única forma para alcançar resultados em tempo útil. Se você não agir, nada vai mudar, e seu desconforto com a realidade presente vai só se  intensificar já que, agora, você está consciente da mesma.

Agir demanda deixar o medo e a apatia de lado e abraçar fé  e incertezas, sair de nossa zona de conforto, e preencher a lacuna entre onde estávamos, e onde desejamos estar.

Estágio 7. Integração

Este  é o último estágio do processo de crescimento pessoal,  onde a mudança já ocorreu. 
O que começou como uma  consciência, que um ajuste em sua vida  era necessário, resultou em desenvolvimento de uma jornada de crescimento e desenvolvimento
Você, agora, sabe que é capaz, aprecia suas conquistas, e neste estágio já deixou para trás alguns padrões comportamentais que não lhe serviam, os substituindo por atitudes mais uteis.

A Escolha de Crescimento Pessoal


Quanto mais controle você tiver destes processos, mais natural vai ser. Aqueles que  se devotam ao seu crescimento pessoal, tornam sua forma de vida uma busca  por contínuo desenvolvimento.
A resistência a mudança é o caminho mais fácil, mas custa às pessoas o sentido de felicidade e realização, que buscam.

 Quando você abraça a mudança, você abraça a vida!




Perguntas para refletir:

1. Como você se sente com mudanças pessoais?

2. Você resiste às mudanças que são necessárias para progredir em sua vida?

3. Com que frequência você se avalia, nas diferentes áreas de sua vida que você quer melhorar e desenvolver?


Texto traduzido e adaptado do Curso  "NLP Master Practitioner Certificate ( Advanced to Specialist)" 
Kain Ramsey