sábado, 7 de agosto de 2021

Nossas âncoras e mecanismos de defesa


                     
 
Tudo que vivemos está ancorado, ou é um suporte para algo  mais. Precisamos, na vida, ter um lugar, uma pessoa, algo que nos dê a sensação de proteção, apoio, sustentação.
 Em PNL, nossos suportes/ âncoras são técnicas para mudar/frear nossos mecanismos de defesa, e criar elementos de  suporte para lidar melhor com as situações.  
Âncoras são as amarras que nos seguram, nos prendem. Nossas visões do mundo e nossas crenças  estão relacionadas, sustentadas pelo que pensamos serem evidencias de experiências passadas.
 Como elas se desenvolvem? Quanto mais intensa for a experiência, seu tempo de duração, singularidade, e se a mesma se replicou em algum momento, mais ancorada será. Criamos bases de sustentação para as mesmas ou nos defendemos com medidas protetivas, que nos permitem gerenciar melhor nossas emoções negativas. A curto prazo nossas âncoras ou mecanismos de defesa podem ser adaptativos; a longo prazo seus efeitos  podem ser opostos e danosos.


                 

 O uso rotineiro de defesas pode reduzir nossa efetividade em lidar com os problemas e desafios, que enfrentamos em nossas vidas. Por isto é fundamental, termos consciência de nossas tendências comportamentais, e de nossos mecanismos de defesa para podermos identificar também, os mesmos, nos demais. 
 Nossos mecanismos são desenvolvidos  para lidar com nossas dificuldades e problemas,  ou para nos proteger de sentimentos de culpa, inadequação ou quando nos sentimos atacados. Há uma série de mecanismos de defesa, que não estão sob nosso controle consciente, e não são voluntários por natureza. Enquanto é improvável que consigamos nos livrar deles, podemos trazê-los sob controle na medida que nos desenvolvemos em caráter, e aumentamos nossa consciência e auto  gerenciamento. 

 De acordo com Sigmund Freud, os mecanismos de defesa são os seguintes:


1. NEGAÇÃO-  Nossa recusa em aceitar os fatos Quando uma situação fica difícil demais para nós,  podemos nos recusar a reconhecer sua existência. Negamos a realidade dos acontecimentos, tentando nos proteger da necessidade de assumir responsabilidade pela situação e suas consequências. Inventamos estórias para justificar nossas respostas e comportamentos. Esta estratégia de evitamento pode aliviar a dor a curto prazo, mas terá consequências complicadas e ramificações a longo prazo. Não podemos desconsiderar a realidade e ter bons resultados.

 Identifica situações em sua vida quando agiu em negação? Identifica agora, em nosso país, isto ocorrendo?

2. RAIVA- 

A raiva é simplesmente o ato de redirecionamento de um sentimento de fúria, consigo mesmo, projetado no outro. É uma tática de defesa para desviar a atenção, energia e pensamentos de si mesmo para os demais. Mesmo quando você está bravo com alguém por fazer algo errado, sua projeção da raiva é uma distração de seus pensamentos internos e enterrados.  Há sempre uma emoção escondida, alimentando sua resposta emocional. Exemplo. Seu parceiro esquece de seu aniversário, e ao invés de sentar com sua tristeza, você grita com ele.

Lembra de quando ficou bravo(a) por algo que tinha uma emoção alternativa motivando o fato?

3. REPRESSÃO- Há uma linha tênue entre negação e repressão. Enquanto a negação envolve uma recusa permanente em aceitar determinada realidade, a repressão envolve nosso esquecimento da experiência ou da parte que exercemos. Nossa mente, inconscientemente, decide enterrar a memória, evitando pensamentos dolorosos. Este é geralmente, o caso de abusos ou eventos traumáticos, que ocorreram em nossos anos de desenvolvimento. Enquanto a repressão, assim como a negação podem servir propósitos imediatos, especialmente para aqueles que testemunharam eventos dolorosos, a não aceitação/ou enfrentamento pode trazer consequências adversas.

Identifica situações quando utilizou a repressão?

4. DESLOCAMENTO- Você já teve um dia difícil no trabalho, e descontou sua frustração em sua família e amigos? Ou discutiu com sue parceiro (a) e depois entrou no carro e se irritou com os outros  motoristas, na rua? Ao transferirmos/ deslocarmos nossas emoções da pessoa alvo para outros que não têm nada a ver com a ofensa original, evitamos confrontar a origem de nossos dissabores e mudamos o foco para uma pessoa e/ou situação que é menos intimidante para nós. Enquanto a transferência pode nos proteger de perder um emprego, queimar uma ponte ou fazer algo com dano irreparável, não nos ajuda a gerenciar nossas emoções negativas, e acabamos por ferir pessoas que nada têm a ver com o problema em questão.

Pode identificar situações em sua vida quando você deslocou seus sentimentos para alguém ou algo?

5. TRANSFERÊNCIA-  Há uma pequena diferença entre deslocamento e transferência. Transferência é o movimento  de sentimentos passados, atitudes e conflitos para relacionamentos presentes, circunstâncias e situações.  Uma pessoa transfere atitudes, percepções ou suposições (generalizações) de uma situação passada ou de um relacionamento para uma situação, ou pessoas, no presente. Conforme as teorias psicoanalíticas (Freud)a transferência envolve experiências infantis nos relacionamentos com os pais ou outros modelos.

Consegue identificar momentos onde você utilizou de transferência em sua vida pessoal ou profissional?

6. REAÇÃO- 

Com a reação transcendemos a negação, e agimos de forma oposta. A reação é marcada por uma demonstração carregada de emoção, exagerada, compulsiva e inflexível. A formação de comportamentos reativos não varia devido à mudança  na emoção, como acontece com comportamentos naturais. Por exemplo, um pai  que se sente culpado por se ressentir do filho pode tentar compensar demonstrando amor, em todas as circunstâncias. Estes comportamentos baseados em falsas emoções são facilmente identificáveis. Os psicólogos de Psicologia Moderna Aplicada, geralmente, observam a formação de reação em clientes que afirmam acreditar em algo, e ficam bravos se qualquer coisa, ou alguém possa sugerir,  algo a outros,
 que se oponha, ou contradiga suas crenças.

Identifica ocasiões em sua vida nas quais agiu de forma exagerada em uma determinada situação

7- REGRESSÃO- 


É uma forma infantil de recolhimento, voltando a um estágio  de desenvolvimento, onde a pessoa se sente mais segura,  e os desafios foram removidos. Na visão freudiana, as partes estressantes do desenvolvimento podem ser usadas para explicar  uma gama de comportamentos regressivos. A regressão conduz as pessoas a um estágio inicial de maturidade, para se protegerem da necessidade de confrontar uma situação problemática. Imagina, por exemplo, uma discussão com seu parceiro, e ao invés de utilizar habilidades maduras de comunicação você sai, bate a porta e fica distante.  A regressão é uma resposta defensiva infantil, e geralmente faz os problemas piorarem.

Identifica momentos  em que você  voltou a um estágio anterior de desenvolvimento?

8-RACIONALIZAÇÃO- Geralmente ocorre quando tentamos explicar nossas atitudes, e comportamentos inúteis e destrutivos, de forma lógica. De acordo com Freud é um esforço inconsciente de evitar olhar as razões que estão por trás de nossas atitudes. Racionalizar um acontecimento, situação ou uma relação fracassada pode ajudar alguns indivíduos a livrar a cara, manter o auto respeito ou evitar a culpa de algo que fizeram de forma descuidada, ou desconsiderada.
Em muitos casos, a racionalização não é danosa, mas um ato de contínua auto-decepção, quando a pessoa  a usa como desculpa para seu comportamento egoísta e destrutivo.

Você se pega racionalizando com frequência? Em que situações?

9. SUBLIMAÇÃO- Ocorre quando você transforma suas emoções, conflitos, necessidades e quereres, não realizados, em saídas produtivas. A sublimação é similar ao deslocamento, mas acontece quando conseguimos gerenciar o deslocamento de nossos sentimentos de uma forma construtiva, ao invés de destrutiva. Pode ser, por exemplo, através  de uma forma de arte: escrita, música, interpretação. Quando utilizado para lidar com uma situação que não há nada possível de se fazer, é uma forma de defesa; entretanto, se utilizamos para evitar lidar com uma situação se transforma em um mecanismo infantil que, geralmente, acaba por deixar o problema escalar além do inicial.

Identifica momentos que você regressou a um estágio inicial em que você agiu de forma imatura?

10. DISSOCIAÇÃO-  Quando uma pessoa sai de sua perspectiva e vive a partir do ponto de vista de outra para se distanciar da realidade, de uma memória, ou acontecimento doloroso. Aqueles que dissociam perdem o tempo ou seu papel na história. Pessoas, com histórias de abuso infantil, geralmente, sucumbem a alguma forma de dissociação acreditando, em sua visão da realidade, ao invés da pura realidade. Geralmente tem uma visão desconectada deles mesmos e da parte que desempenham no mundo.

 Identifica situações onde ocorreu algum tio de dissociação?

11.PROJEÇÃO-  Geralmente projetamos nossos sentimentos, fracassos e impulsos nos demais. Fazemos isto para evitar aquela verdade específica sobre nós mesmos, que nos causa dor e sofrimento. Apesar de, em algumas situações, poder nos servir de forma positiva, quando projetamos sentimentos de rejeição, baixa confiança ou medo, nos demais, podemos nos impactar  negativamente, nos estressando e evitando que lidemos com a raiz de nossas emoções.
Imagina uma situação em que você se sente como um peixe fora d’água, inconfortável, e pensa que os outros estão te encarando de forma julgadora, apesar de nada dizerem,  de forma objetiva. Sua voz de insegurança está tão alta que você projeta suas ansiedades gritando com eles: "Que estão olhando?"

Identifica situações em que projetou suas inseguranças em outra pessoa?


Texto traduzido e adaptado do Curso  "NLP Master Practitioner Certificate ( Advanced to Specialist)" 
Kain Ramsey

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