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segunda-feira, 31 de maio de 2021

Qual a escala de nossa conformidade social?



Nesta postagem vamos olhar para o segmento da Psicologia Social, e todas suas implicações. 

O que é Psicologia Social?

A Psicologia Social está  no limite, entre a Psicologia e a Sociologia. Busca entender o comportamento humano no contexto social.
Serge Moscovici, psicólogo romano desenvolveu a Teoria das Representações Sociais, a partir de uma perspectiva coletiva, sem perder a individualidade. Construção que o indivíduo faz para entender o mundo.
 Floyd Allport foi o fundador da Psicologia Social, como disciplina científica. Nosso aprendizado cultural está enraizado em nós, e é aprendido ao longo de nossa vida, pelo contexto familiar, regional, e social. No Brasil  a P.S. começou a se desenvolver na década de 70.

 O que é um ser social? 
Indivíduo capaz de conviver em sociedade, respeitando suas normas e características. Nosso aprendizado sócio cultural está, inconscientemente, gravado em nós. 
Qual a importância de nossos festivais,  moda, comida, língua, arte, jogos, música, esporte?
  São vistos e têm o mesmo valor em todos os estados, em outros países? 
Estes elementos constituem parte do que somos, nossas experiências, preferências, vivências.


Em nosso meio social, aprendemos:
Noções de: cortesia (formas de cumprimentar), distanciamento, maneirismos noções de higiene beleza, liderança, família.
Conceitos de:  identidade, tempo, passado, futuro, justiça, riqueza, certo e errado; nossas atitudes em relação aos idosos, trabalho, governo, autoridades, cooperação, competitividade, animais, pecado, morte.  
Nossa visão e abordagem  em relação: crianças, religião, decisões, resolver problemas, casamento, filhos, moradia.
Nossos conceitos são válidos em nossa cultura, mas grosseiros, inadequados, inaceitáveis, em outras. Há diferentes camadas de cultura, e somente quando entendemos as diferenças e peculiaridades,  podemos ser mais tolerantes com as diferenças.
Há escalas de hipocrisia e discriminação, com  muita intolerância devido a  uma falta  de aceitação das diferenças. Geralmente as pessoas são rejeitadas/ julgadas/ classificadas, em função de:

1. Habilidades, situação financeiro/ profissional;
2. Aparência Física, atração superficial;
3. Conquistas acadêmicas e desenvolvimento social;
4. Habilidade comunicativa. Capacidade de expressão articulada.
5. Posição Social

Nossas  preferências e tolerância mudam temporalmente, podendo, quando fundamentadas em pressupostos errados, escalarem  em grau de dano. 


 
Hierarquia de  atos de discriminação e intolerância:
Atitudes Tendenciosas: quando estereotipamos, fazemos comentários insensíveis, medo de diferenças, linguagem não inclusiva, pequenas agressões;
Atos  Preconceituosos: "Bullying", epítetos, evitação social, piadas dando nomes pejorativos;
Discriminação: econômica, política, educacional, empregatícia, criminal, moradia.
Violência promovida pelo preconceito: assassinato, estrupo, agressão, ameaças.
Genocídio: ameaça ou intenção de deliberada, e sistematicamente aniquilar um povo inteiro.

 É difícil estarmos totalmente isentos de preconceitos ou de atitudes tendenciosas,  nos tornando, ou, até mesmo, sendo intolerantes em relação aos demais. Temos que lembrar da frase de Carl Jung:
 "Tudo que nos irrita nos outros pode nos levar a uma melhor compreensão de nós mesmos. "

A Psicologia Social tenta entender e achar formas de melhor nos relacionarmos com os outros.  Segundo a Teoria de Escolhas de  William Glasser há 7 hábitos, que podem ser  essenciais, ou mortais:

HÁBITOS DE SUPORTE/CUIDADO( essenciais)   versus  HÁBITOS MORTAIS

Apoiar   X   Criticar
Encorajar X Culpar                          
Ouvir  X  Reclamar 
A
ceitar  X  Ranzinzar 
C
onfiar   X  Ameaçar
Respeitar X Punir 
Aceitar diferenças  X Subornar ou recompensar 

Quando  apoiamos, encorajamos, ouvimos, respeitamos e aceitamos as diferenças, estamos criando espaço e condições para relacionamentos saudáveis,  produtivos. Os hábitos  mortais, ao contrário,  afastam,  criam um ambiente de desconfiança e temor. Bloqueio da comunicação.

Conforme a Teoria da Atribuição de Fritz Herder (1958), podemos ter 2 posições distintas:

Atribuição de Disposição:  são nossos pressupostos. Julgadora. Assumimos o pior, e já chegamos a uma conclusão. Ex. Uma aluna chega atrasada a uma aula. O professor," De  novo atrasada. É tão vagal!"

Disposição Situacional: tenta  entender/descobrir a razão, o que motivou a situação.  Ex. A aluna chegou atrasada. O professor,  "Gostaria de saber o que ocorreu".

Qual a escala de nossa conformidade social?  Você tem sua própria opinião,  ou segue a maioria?  É fácil para você expressar uma opinião que não é aceita por um grupo? 
Podemos ser inovadores ou imitadores, resistir ou ceder. 
Milgram ( 1974) explicou, baseado em seus experimentos, que as pessoas têm 2 estados de comportamento, quando em uma situação social:

1) Estado Autônomo: Dirigem suas próprias ações e aceitam a responsabilidade por seus atos;
2) Estado Agente: as pessoas deixam outras dirigirem suas ações, passando a responsabilidade para quem deu a ordem. Agem como agentes.
 Milgram acredita que as pessoas optam pelo estado agente, quando percebem que a pessoa que dá as ordens é uma autoridade ou está qualificada para tal; acreditando que a autoridade irá assumir total responsabilidade pelas consequências do ato.
Mudamos nossas crenças e comportamento em resposta à pressões reais e/ou imaginárias de grupos.  Nossa reação pode ser de:

1.CONFORMIDADE. Publicamente aceitar a visão dos demais, mas privadamente manter a  sua. É incongruente, não autêntico.
2. IDENTIFICAÇÃO. Adotar integralmente a visão do grupo social porque valorizamos fazer parte do grupo, identificação com as ideias/valores.
3. INTERNALIZAÇÃO. Se converter totalmente às visões particulares e comportamento  do grupo para ficar em sintonia com o mesmo.
4. ACEITAÇÃO INFORMATIVA. Aceitar as ideias de alguém ou de uma organização que perceba ser mais informado no tópico.

Estamos conformes com nossa situação atual em  nosso país, de modo geral?
Até que ponto devemos seguir, anuir com as normas instituídas? A sociedade depende de ser desafiada em suas tradições.  Se não houver contestação, não há crescimento.  Se não houvesse um Martin Luther King, talvez, a situação dos negros,   ainda fosse de total subjugo, sem a conquista de seus direitos civis.
Nem sempre as tradições de determinada cultura vão ao encontro dos melhores interesses dos indivíduos, e estes precisam ter liberdade para questionar e transcender estas tradições. Podem fazer isto através de sua voz, de seu posicionamento,   da esfera pública.  Hoje, há as mídias sociais.
Vale a pena ler:
" The Structural Transformation of The Public Sphere." Jurgen Habermas

Nossa autoridade é a experiência, que temos para persuadir outros. Compartilhando nossas experiências, nos relacionamos e influenciamos.

Considere estes pensamentos.  Quais concorda/discorda, e por quê?

" A cultura está acima da diferença da condição social. " Confúcio

" Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência. " Karl Marx

"A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida. " John Dewey

Reflexão:
 De que forma sua educação familiar e formal influenciaram suas predileções/ rejeições?
Há grupos, categorias de pessoas que você tem mais dificuldade de aceitar/interagir?

Pontos fortes da Psicologia Social:
Nos ajuda a entender como  nosso comportamento pode ser influenciado por outras pessoas, os papéis e situações sociais nas quais se encontram e como este pode mudar se  a situação na qual se encontram também mudar; a perspectiva social é pragmática e identifica as áreas  nas quais o comportamento humano é desenvolvido; enfatiza a capacidade humana de se modificar a qualquer momento.

Pontos Fracos:
Subestima a influência das diferenças individuais no comportamento, não explicando porque algumas pessoas diferem da norma expressa, em uma determinada situação social; é geralmente criticada por ser etnocêntrica e que a pesquisa não ocorreu através de culturas; a perspectiva não define como as praticabilidades das mudanças comportamentais, atitudinais, e cognitivas ocorrem.

Com esta postagem encerro o curso de Psicologia Moderna Aplicada que nos deu uma visão das diferentes linhas teóricas. Behaviorismo (Comportamental), Teoria Cognitiva Comportamental, Psicanálise, Analítica, Gestalt, Humanista e Social. Todas procuraram estudar o ser humano em sua psiquê, seus relacionamentos e seu desenvolvimento pessoal, e achar respostas às suas indagações e dificuldades. Há uma linha que é a certa, melhor, mais adequada?
Não, todas são importantes de se ter conhecimento e utilizar de acordo com quão apropriadas vão ser para determinada situação / cliente e principalmente, para nosso auto conhecimento e desenvolvimento pessoal. Somos seres sociais e precisamos desenvolver:

AUTO CONHECIMENTO, que só podemos adquirir se nos tornarmos, gradativamente, mais auto conscientes de nossos pensamentos, hábitos, caráter, sentimentos; 
AUTO-REGULAÇÃO. Conforme desenvolvermos nosso auto conhecimento, podemos ir pouco a pouco, nos regulando mais efetivamente;
CONSCIÊNCIA SOCIAL será decorrente  de nossa capacidade de estarmos cientes de nosso papel e podermos, então, identificar comportamentos e atitudes disfuncionais em outros;
INFLUÊNCIA SOCIAL será decorrente de nossa habilidade de efetuar mudanças sociais em decorrência de nossa auto consciência e gerenciamento.


Pessoalmente, amei a TCC, e o Humanismo, mas também sei, principalmente, devido a minha experiência como professora, que no aprendizado, há muito do Behaviorismo, ou seja, comportamentos são aprendidos por estímulos, reposta reforço, mas também do Cognitivismo, e que nunca podemos descartar teorias ou linhas de pensamento, que ajudem a entender o intricado que é o SER HUMANO. 

Educação deve levar a Liberdade de SER. SER O SEU MELHOR.

Nossa jornada começa com:

CONHECIMENTO: o que está acontecendo? Coletar as informações necessárias.  Fazer questionamentos;
ENTENDER: por que esta ideia é importante, e por que você concorda/ discorda?
CONSIDERAR: o que está ocorrendo que eu não vejo? Há informações ou ideias que não estão sendo mencionadas aqui?
REAVALIAR: qual outra forma que eu poderia interpretar esta informação caso eu não a esteja interpretando de forma correta?
APLICAR; se eu fosse ensinar a outros, que novas perspectivas ou entendimentos eu poderia  sugerir?

                                            CRIAR ALGO NOVO
 




quarta-feira, 26 de maio de 2021

"Human Givens" . Uma abordagem humanista!




No Humanismo de Carl Rogers, a pessoa é o ponto central de sua própria história. O paciente tem liberdade para fazer as suas próprias reflexões e chegar a suas conclusões. A abordagem incentiva a autonomia no processo de busca pela verdade. Uma das frases célebres de Rogers descreve, muito bem, o conceito por trás da terapia, centrada na pessoa.

 “Não podemos mudar, não nos podemos afastar do que somos enquanto não aceitarmos profundamente o que somos”. 

Em outras palavras, o paciente traça o seu próprio caminho em direção à autoaceitação, tendo o psicólogo, como guia. 

Dentro desta linha humanista, Joe Griffin (1947), psicólogo, educador e escritor irlandês e Ivan Tyrrell, educador e escritor britânico,   radicados no Reino Unido,  criaram  em 2009, uma teoria humanista, denominada, " Human Givens "livro publicado em 2003.




 Atestam que o ser humano tem um conjunto básico de necessidades inatas ("givens") e que se estas necessidades não são satisfeitas, ocorrem os problemas /sofrimentos psicológicos. Para que  estes não ocorram, o ser humano precisa ter suas  necessidades básicas  contempladas,  e seus recursos  mentais inatos usados, corretamente. Só assim  será  mental e emocionalmente sadio.
Na raiz destas necessidades está  o desejo humano de  conexão com os demais e, busca de auto realização.

Vimos em uma postagem anterior, a pirâmide das necessidades, de Abraham Maslow, que são expandidas na teoria de  "Human Givens".

Necessidades emocionais do ser humano:

SEGURANÇA: precisa de um território/ambiente  seguro no qual possa se desenvolver  adequadamente;

ATENÇÃO:  receber e dar atenção. Ser parte de uma comunidade, sentido de  pertencimento;

PRIVACIDADE: ter condições de refletir e consolidar suas experiências sem intrusões. Ter seu espaço;

INTIMIDADE EMOCIONAL: ter pessoas com as quais possa interagir com autenticidade, com aceitação, incondicional;

POSIÇÃO SOCIAL:  Ser apreciado, validado, dentro de seu contexto social;

AUTONOMIA:  Estar no controle de sua mente, emoções;

COMPETÊNCIA/REALIZAÇÃO: criar algo, com significado e propósito, ter devoção a alguma  causa que seja significativa.



Precisamos  identificar nossos valores / necessidades centrais, cruciais, e onde nos posicionarmos em relação aos mesmos. 
O que é mais importante para nós? O que nos impulsiona, retém, motiva, amedronta? Quais direcionam nossas escolhas?
                                          
Liberdade     X       Segurança
Certeza         X        Incerteza
Realizações  X       Divertimento
Auto- valor   X       Significância
Conexão       X       Congruência
Progresso          Paz


Muitas vezes existe uma dualidade. Queremos  progredir e ter mais liberdade, mas é claro que isto virá a custa de menos segurança. Temos que abdicar de alguns em prol do que é realmente significativo para nós. Temos sempre que fazer escolhas, e estas irão depender de nossos valores básicos/ centrais. Para irmos em busca  de nossos objetivos precisamos ter:

ESPERANÇA, FÉ, CORRER RISCOS E AMOR. 

 Se acreditarmos, com fé em nossos sonhos, objetivos de vida, iremos correr os riscos necessários, pois estaremos plenos de amor ao que estivermos fazendo, devotados, inteiros.

                             Nosso Foco Pessoal / Profissional 

Somos abertos às mudanças, novidades, buscamos nosso autodesenvolvimento, crescimento  ou temos receio do novo,  nos acomodamos às situações, buscamos segurança, tradição, somos conservadores?

Vivemos o hoje, livres de ansiedade, despreocupados, ou ansiosos, antevendo problemas, vivendo no futuro?

O objetivo é  inovar, transcender, crescer ou  segurança, e conformidade às regras e costumes?                                                                                                     

Quando  estamos seguros de nossos objetivos, princípios, e somos autênticos, conseguimos  focar no outro,  e passamos a ser  mais plenos,  e  ter mais controle de nossas vidas e ações. Ao olhar para os demais, nos damos conta que todos têm problemas, ninguém é perfeito ou tem a vida ideal, e passamos a valorizar o que temos e somos, e a conviver com nossas deficiências.      

 Tente responder às perguntas de forma honesta e veja  o que você pode mudar para crescer pessoal e profissionalmente.

1. Quais dos"Human Givens", acima, não têm sido atualizados em sua vida?

2. Sua família, trabalho lhe proporcionam espaço para ser você mesmo?

3. Como a atenção que você recebe se compara com a que você dá aos demais?

4. No que você se engaja, maior que você mesmo?

5. Que oportunidades você tem para refletir e consolidar suas experiências de vida?

6. Quais de suas relações demandam um investimento em intimidade?

7. Você é valorizado em algum  segmento social?

8. Quanto mais responsabilidade você tomaria por aspectos de sua vida?

9. Qual aspecto de sua vida você ainda não dominou e por quê?

10. De que forma você poderia  tornar seus maiores esforços na vida mais significativos?




A Psicologia humanística tem como pontos fortes:

* Inclui o estudo, segundo orientação de Maslow, da personalidade dos indivíduos sadios;
* Foca na experiência subjetiva do indivíduo;
* Ênfase no livre arbítrio e a  capacidade humana de mudar:
* Consideração incondicional para com os seres humanos (Rogers)
* Foco em valores e objetivos futuros ao invés de estados inconscientes.

Pontos Fracos:

Muitos dos conceitos são hipotéticos e não existem de forma tangível;
* A hierarquia de necessidades de Maslow é subjetiva  e não se aplica à certas culturas;
* Carl Rogers foi criticado por ser otimista demais a respeito da natureza humana;
* O pensar humanístico foca mais nos resultados tangíveis do que na mente inconsciente.





segunda-feira, 24 de maio de 2021

Em busca de auto-realização . O que é necessário ?

  




Como atingir  nossa realização pessoal, e profissional? 


' WHAT A MAN CAN BE IN CONCEPT, HE MUST BECOME"  Abraham Maslow

Temos que começar a olhar além de nós mesmos,  buscando nos tornar quem realmente somos.
 Há que procurar maximizar nosso potencial para nos tornarmos a melhor versão de nós mesmos. Para termos uma vida efetiva, virtuosa é necessário desenvolver nossa capacidade de auto realização, na busca incessante de auto conhecimento, de nossa melhor versão.
O que é necessário?


 Conforme Abraham Maslow, e sua  hierarquia de necessidades (1949-1950) precisamos  satisfazer, primeiro, nossas necessidades fundamentais, que estão na base desta pirâmide.
Fisiológicas: fome, sede, abrigo, alimentação. Ao não termos estas necessidades satisfeitas, não conseguimos seguir para a próxima;
Segurança: seguir as leis,  fazer o correto para ter segurança, estabilidade, e consequentemente subir para a próxima etapa:
Social: estabelecer relacionamentos pessoais e profissionais,  formar uma família:
Estima: desenvolver nosso auto-conceito, estima e valor, através de determinação, esforço e conquistas diárias, para ir, então em busca de nossa realização pessoal e aperfeiçoamento.




Auto Realização

 Pessoas auto realizadas não seguem rótulos, padrões pré-estabelecidos, estão, sempre, em busca da melhor versão de si mesmas. Vivem uma vida virtuosa. Não são escravos de um sistema, são donos de si, liberados para seu auto desenvolvimento.

Quais as características que  propiciam a auto-realização?

1. Abraçar o desconhecido, o ambíguo. Não ter receio de tentar, ousar;
2. Autoconhecimento,  identificação e aceitação de suas falhas; Quando nos aceitamos como realmente somos, vamos procurar melhorar, mas há que identificar nossos pontos fracos e fortes, e batalhar para efetuar as mudanças necessárias:
3. Priorizar a jornada, não o destino. Curtir o momento que estamos vivendo, antenados, "mindful",  sem ficar preocupados com o que está por vir;
4. Não ser convencional,  não se ater a padrões pré-estabelecidos, quebrar regras, sem, entretanto, buscar chocar ou criar discórdia;
5. Ser motivado por crescimento pessoal, não  somente a satisfação de necessidades;
6. Ter um sentido de propósito claro, objetivos definidos, e baseados em seus princípios;
7. Não se incomodar com coisas banais, irrelevantes;
8. Ser grato pelo que temos, e onde estamos na vida;
9. Compartilhar relações profundas  com poucos, mas se preocupar e se identificar com  a humanidade, em geral;
10. Pessoas auto realizadas são humildes, e resistem a tentação de enculturação.

Os fundamentos da teoria de Carl Rogers se encontram na terapia centrada no cliente, e a  noção de que o indivíduo se relaciona com o mundo e elabora uma experiência. Experiência e consciência relacionam-se e interagem com o ambiente. O personalismo centrado, demarca que todo individuo existe num mundo de experiências, em constante mutação, do qual ele é o centro.

Alguns pressupostos:
1. Todas as pessoas existem em um mundo em  mudança contínua  de experiências, no qual eles podem ser o ponto central de foco e atenção;
2. Os indivíduos reagem ao mundo, em mudança, como este é experimentado, percebido,  interpretado, por cada um, se tornando real;
3. As pessoas reagem em um  todo organizado (efeito) as suas experiências
 (causa);
4. Parte de cada experiência, gradualmente, se torna pessoal até que a auto-realização seja atingida;
5. Como resultado da interação do Eu, com os outros e a  sociedade, o Eu é formado;
6. O indivíduo tem uma tendência básica a buscar atualização e se tornar completo;
7. O melhor ponto de observação para entender o comportamento humano é do parâmetro de referência interno do indivíduo. Noções pré-existentes  não podem definir a experiência individual;
8. Todo comportamento é uma tentativa, direcionada pelo indivíduo, para satisfazer suas necessidades motivacionais, através dos meios que sejam percebidos como melhores;
9. A emoção acompanha o comportamento direcionado. A emoção experimentada tem a ver com a significação do resultado para a manutenção e melhora do indivíduo;
10. Os valores atribuídos a uma experiência são restritos ao ser em questão;
11. As experiências individuais são ou simbólicas,  percebidas como relacionadas com o Eu; ignoradas porque não se relacionam com seu Eu;  ou negadas porque são inconsistentes;
12. Quando o indivíduo percebe e aceita a si mesmo, começa a entender e aceitar o próximo, incondicionalmente,  como pessoas distintas;
13. Conforme fica em paz com suas experiências e aprende a responder melhor ao invés de reagir emocionalmente, começa a substituir o atual sistema de valores, quebrando a estrutura anterior e ficando apto para se auto-atualizar, e crescer como pessoa;
14. Todos os indivíduos são constituídos de intenções positivas. Precisam ser para estar compostos.

Quando a pessoa atinge  seu ápice, algumas características se tornam evidentes:

1. Tem uma percepção realista de si mesmo e da realidade:
2. Demonstra ética e altruísmo, se preocupa com os demais:
3. É simples e espontâneo, aberto, não convencional, independente;
4. É autônomo, e gosta de independência e solitude;
5. É grato, aprecia o que tem, e o mundo ao seu redor.

Identifica algumas destas características em você? Quais, precisa trabalhar para desenvolver?



quarta-feira, 19 de maio de 2021

Quais as características de pessoas totalmente funcionais?





Nosso autoconceito é formado  a partir do nível de nossa identidade e dos papéis que desempenhamos na vida e  nossa habilidade de resolver problemas.  Nosso  acurado autoconceito,  quanto a nossa identidade, irá determinar nosso grau de autoestima, sendo crucial para nos tornarmos pessoas empoderadas, e totalmente funcionais. 

Temos que nos devotar a ser a melhor versão de nós mesmos; não tentar ser igual a ninguém;  focar no que queremos atingir. 
Em 1992,  o psicólogo Bruce Bracken,  estabeleceu 6 domínios que  levam a criação de nosso autoconceito:


1- Social: nossa habilidade de interagir com os outros;
2- Competitivo: nossa capacidade de suprir nossas necessidades;
3- Afetivo: consciência  de nossas emoções;
4- Físico: percepção de nossa aparência
5- Acadêmico: nível de sucesso profissional
6- Familiar: habilidade de funcionar no seio da família


Carl Rogers, um psicólogo americano, e cofundador da Abordagem Humanística sugere que pessoas, totalmente funcionais, desenvolveram certas características que as capacitam ao auto regulamento, e auto gerenciamento; abraçam suas necessidades para crescer, e  se desenvolver. 



O que é ser FUNCIONAL? Ser funcional pode ser compreendido como a capacidade de aprender a ser livre para ser o que se é realmente. Ter capacidade de lidar com a vida. Garantir bons relacionamentos, pessoais e profissionais.



As 10 características básicas de seres totalmente funcionais são:


1- Abertura para abraçar experiências boas e más;
2- Receptividade e independência no agir;
3- Uma habilidade de interpretar experiências de forma madura;
4- Um autoconceito flexível e habilidade para se adaptar e ajustar;
5- A capacidade de a partir de suas experiências, criar novos valores;
6- Estar em paz com suas falhas e imperfeições;
7- A tendência de abraçar, abertamente, novas experiências;
8- Não  precisar distorcer ou negar experiências reais;
9- Abertura à feedback, e preparo para fazer mudanças frequentes;
10- Viver em paz e em harmonia com as imperfeições alheias.


Em seu livro, "On Becoming a Person",  Carl Rogers sugere  algumas condições facilitadoras para que o potencial  humano seja desenvolvido mais efetiva, e satisfatoriamente. Segundo ele, é necessário  compreensão empática, congruência, consideração positiva incondicional.


Compreensão empática é nossa capacidade de nos colocar no lugar do outro,  olhar por uma perspectiva diferente, tentar sentir e ver o que o outro está sentindo, tentar entender o sentimento e emoção do outro. Inspirar confiança de forma que o outro possa baixar a defesa e ser real.

Congruência é a assimilação coerente de suas atitudes com a sua personalidade, ser o mais autêntico possível nas suas relações com os outros, aceitando seus sentimentos e ações de forma genuína. Ser real. honesto, transparente.

Consideração positiva incondicional é a prática de mostrar aceitação e cordialidade sem julgamentos, ou seja, aceitar o outro e considerar seus sentimentos e opiniões. Não quer dizer concordar, mas  respeitar.

A Psicologia Humanista é um ramo da Psicologia em geral. É considerada a terceira força da psicologia, sendo as duas primeiras a psicanálise e o behaviorismo. Ela enfatiza a natureza do ser humano criativo, o ser espontâneo, e busca ressaltar a qualidade especial efetiva e consciente das pessoas. Para os humanistas a visão Freudiana era pessimista, fatalista e excessivamente centrada no lado negro do homem
A psicologia humanista tem como principal característica  considerar o ser humano em sua totalidade. Há múltiplos fatores  envolvidos na saúde mental, mas todos eles convergem e estão interligados: as emoções, o corpo, os sentimentos, o comportamento, os sentimentos, e os pensamentos. Foca na maneira como o comportamento de uma  pessoa se relaciona com seus sentimentos íntimos, e como os mesmos afetam sua imagem A maior contribuição é a da experiência consciente, a crença na interação entre a natureza e a conduta do ser humano, no livre arbítrio, espontaneidade e poder criativo do indivíduo.
Carl Rogers acreditava que todas as pessoas possuem o que é conhecido como uma tendência atualizante, ou seja, uma necessidade inata de se esforçar para se tornar seu melhor EU. 

Os 5 princípios fundamentais do Humanismo são:

1- As pessoas são mais que a soma de suas partes;
2- Para entender as pessoas, você  deve olhar para elas dentro de seu contexto humano, bem como seu lugar no universo; 
3- Os seres humanos  são  conscientes desta consciência;
4- Todos têm  livre arbítrio, e são capazes de fazer suas escolhas, mas com essas escolhas vêm grandes responsabilidades;
5- Os seres humanos procuram as coisas intencionalmente e visam deixar sua marca no mundo, estabelecendo metas, expressando criatividade, e buscando o significado. Acreditava que as pessoas são basicamente boas.


segunda-feira, 17 de maio de 2021

Qual nosso maior desafio?



A Psicologia Humanista olha para o homem em sua totalidade, abordando a vida de uma perspectiva prática, não acadêmica, com a compreensão de que todo comportamento humano é  auto-motivado. Qual é nosso maior desafio?
 "A principal tarefa do homem é dar à luz o seu verdadeiro eu."
Quando pensamos por nós mesmos,  somos donos de nossas mentes; não há perspectiva que não possa ser explorada, desafiada ou questionada; escolhemos nossos caminhos, e não aceitamos doutrinas; assumimos responsabilidade por nossas decisões já que temos controle sobre elas.
Com o espírito de livre descoberta, novas perspectivas e novas formas de compreender a nós mesmos podem ser adquiridas; sem vontade livre, não há como haver auto-desenvolvimento.
Temos compreensão da vida através do que conseguimos perceber com nossos sentidos e  nossas mentes.
Há que desenvolver nossa capacidade de dominar nossas ideias e habilidades, e abraçar nossa individualidade única, e paralelamente, nossa capacidade de amar e aceitar as pessoas incondicionalmente.

 “Percebo que se fosse estável, prudente e estático, viveria na morte. Portanto, aceito a confusão, a incerteza, o medo, e os altos, e baixos emocionais, porque esse é o preço que estou disposto a pagar por uma vida fluida, rica e excitante“
– Carl Rogers –

Primeiro precisamos nos conhecer, identificar nossas características básicas, influências e orientação para podermos ter uma compreensão de nós mesmos. Precisamos ser verdadeiros conosco.

Erich Fromm, (1900-1980)  psicanalista, sociólogo e pensador alemão afirmava que nossa personalidade é o resultado de fatores culturais, e biológicos. Sua teoria contrasta  com a de Freud, que privilegiava os aspectos inconscientes. 
Escreveu a trilogia: "O Medo e a Liberdade", "A Análise do Homem", "Psicanálise da Sociedade Contemporânea".

Dizia que o homem se dividia entre a necessidade de liberdade e a necessidade de pertencer a um grupo, diferenciando caráter de temperamento, e de personalidade. 

Suas definições, abaixo:
Caráter é adquirido desde a infância na relação pessoa  com o mundo, e no processo de assimilação e socialização. Pode se moldar com o desenvolvimento, sendo que a educação e a cultura podem interferir nesse resultado. Se divide em: Caráter Social:  aspectos comuns ao indivíduo e sua cultura; Caráter Individual: aspecto singular que distingue uma pessoa do resto do mundo.
Personalidade é a totalidade de qualidades psíquicas herdadas e adquiridas, sendo o resultado do efeito do ambiente sobre a base inata do temperamento, que caracteriza um indivíduo, e tornando-o original.
Temperamento: componente psíquico inato, geneticamente herdado, mas não deve ser tratado como imutável. É a forma, maneira de reagir. 

Sua Teoria da Personalidade, no livro  "A Análise do Homem", fala nas influências na relação homem x mundo  que  o levam a desenvolver uma Personalidade Produtiva ou Improdutiva. Há sempre uma mescla, mas geralmente, há predominância de um ou mais tipos.




De acordo com Erich Fromm:

Influência Improdutiva:

1- Receptivos: aceitam seus papéis e nunca lutam por melhora ou mudança;

2- Exploradores: agressivamente auto-centrados, entram em jogos de coerção e plágio;

3- Acumuladores:  brigam para reter o que tem, e estão sempre buscando  adquirir mais;

4- Mercantil: tudo é para venda, incluindo seu tempo, talento e auto imagem.

Influência Produtiva:

Usa sua força para realizar suas potencialidades.  Age, atua, toma a dianteira. Atividade x produtividade. Será positiva se for  autor, não estiver subjugado, submisso  ou impelido por paixões.

 "O perigo no passado era que os homens  fossem escravos, mas o perigo no futuro é que se tornem robôs." Eric Fromm

Em seu livro "The Fear of Freedom" (O Medo da Liberdade) fala  que para sermos livres precisamos conhecer a nós mesmos, nos entender. Uma compreensão de si mesmo.

                                 

                                            O Eu Individual

 Auto-estima >>>                                                       >>> Auto-conceito
Auto- conceito>>>                                                     >>> Auto-realização 
Auto-imagem >>>                                                      >>> Autovalorização
O Eu Independente>>>                                             >>>O Eu Relacional               


                                   O  Eu coletivo  

Nosso auto conceito só irá melhorar quando desenvolvermos nossa auto estima, buscando uma atualização de nossos conceitos, padrões, descartando imagens depreciativas, apagando lembranças, que nos jogam para baixo, e buscando um relacionamento sadio, positivo com os demais. Meu auto-conceito positivo irá me levar a uma auto valorização e consequente uma auto-imagem positiva e  valorizada, que será determinante para eu me completar como ser independente e poder me relacionar de forma positiva com os demais.

 O meu Eu coletivo depende do meu Eu individual.   

“As pessoas egoístas são incapazes de amar os outros, mas também não são capazes de amar a si mesmas".
– Erich Fromm –

O que mais  tem influência sobre   você? Tende a ser mais  produtivo ou improdutivo? O que lhe retém? O que impulsiona?  Somente quando conseguimos identificar  nossas características, conseguimos atuar para  as modificar ou ressaltar.

   Auto conhecimento é a solução.


terça-feira, 11 de maio de 2021

Distorções Cognitivas; explorando e entendendo melhor o tema.

 


A distorção cognitiva é uma forma distorcida de pensar. Erramos em nossas sensações, percepção e memória influenciando nossos pensamentos, e nos levando a olhar para as situações presentes de uma forma equivocada. Pode ocorrer de forma positiva ou negativa, mas o resultado é sempre negativo, pois impacta nossa realidade, estabelecendo conflitos em nossos relacionamentos familiares ou sociais.

Aaron Beck  estabeleceu 15 erros comuns:

1- Deletar, Filtrar e Distorcer: Nossa memória, muitas vezes, apaga lembranças ruins, distorce o ocorrido, lembra somente partes, filtrando, muitas vezes, as partes que são mais doloridas. Não enxerga a realidade ou a si mesmo como  são;




2- Pensar Polarizado: Tudo é sempre certo ou errado, preto ou branco. Não vemos as ‘nuances’.  Não somos flexíveis em nosso pensar;

3- Generalizar e Categorizar: Tendência  a colocar as pessoas em categorias, rotular, ou fazer generalizações;

4-  Fazer suposições/ Conclusões precipitadas. Não analisar o todo, e, imediatamente  formar opinião ou chegar a um parecer;

5- Catastrofizar: Sempre pensar no pior cenário possível, em coisas ruins, no lado negativo de tudo;

6- Personalisar: Atribuir culpa a si mesmo; pedir desculpas constantemente; tudo  tem a ver com você, que é o responsável pelos problemas;

7- Auto vitimização: se considera inábil, vítima das circunstâncias, incapaz de mudar o rumo de sua vida;

8- Injustiça:  Não conseguir o que quer não é justo; o mundo é cruel;

9- Culpabilização e Irresponsabilidade:  Se culpa, mas não assume a responsabilidade de mudar sua atitude;

10- Falácia da Recompensa do Paraíso: A crença de que qualquer sacrifício ou abnegação de nossa parte será premiado; alguns chamam de pacto divino; outros de Carma;

11- Confundir Sentimentos com Fatos: Quando o raciocínio emocional governa, os sentimentos se confundem com os fatos. Quando experimentamos sensações negativas é essencial parar, refletir, e analisar;

12- Confundir Crenças com Verdade: Você acredita tanto em algo que se torna verdadeiro. Pode ser um remédio, uma superstição passa a ser real;

13-  Rotular: A si mesmo e aos outros. Estabelece critérios de julgamento  para si mesmo e para os demais, estabelecendo rótulos pejorativos;

14- Leitura Mental: Você pensa que sabe o que os outros pensam a seu respeito, tendencia  a achar que lê o pensamento do outro;

15- Pensamento Mágico: Acreditar que seus pensamentos ou ações vão influenciar, diretamente, para produzir um resultado específico, tanto positivo como negativo.




 São nossos pensamentos, não avaliados, que nos levam a construir uma distorção cognitiva que vai ser responsável pelo desencadear de um processo de filtragem e distorção da realidade, levando, consequentemente, a uma cadeia de outras distorções.  
Como podemos quebrar esta cadeia? Temos que ser vigilantes. Podar aqueles pensamentos não censurados, não observados cuidadosamente. Através de "MIndfulness", ou seja, atenção plena aos nossos pensamentos, controlando nossos impulsos, analisando os sentimentos que os desencadearam,  evitando que se transformem em ações irrefletidas.