sábado, 12 de fevereiro de 2022

Meus voos sem rede


 


Sou ariana, impetuosa,  e arrisco, às vezes, de forma desnecessária. Dizem que após a metade de nossa vida, nos tornamos nosso ascendente. Então, hoje, quando já ultrapassei, em muito, a metade  de minha vida, sou mais taurina;  pé no chão, mais reflexiva e atenta.  Entretanto, ainda há resquícios importantes. Preciso terminar o que comecei, quero resultados, e  acabo me precipitando.

A escrita sempre fez parte de minha vida.  Quando adolescente, adorava escrever e receber cartões postais/ cartas, que já não são  parte de nossa realidade.  Coisa do passado, quando, sempre, havia alguém que te enviava um postal, e era pura emoção. Meus pais, amigos, quando viajavam sempre enviavam. Era a forma de demonstrar carinho, e que se lembravam de nós.  Meu irmão, José,  na época,  caixeiro viajante,  passava  longos meses fora, e nos correspondíamos por cartas.  

 No mundo atual, a comunicação escrita  passou a ser  curta, objetiva, abreviada em mensagens telegráficas de "whatsapps","twitter". Ninguém mais tem paciência em ler textos longos, em buscar informação.
Utilizei  muito a escrita, nos estudos, como uma ferramenta para  fixar  mais facilmente um conteúdo.  Mais tarde,  comecei a registrar eventos, e iniciei um diário; depois,  vieram os ‘blogs’, primeiro o de viagens, e depois, sobre meus cursos e reflexões. Entretanto,  foi somente no final de 2021, que comecei a escrever poemas. Eles foram aflorando  em consequência   de  um acontecimento, um sentimento, e minha necessidade de colocar o que sentia no papel. Fiz vários.  Talvez o fato de ter mais tempo livre, minha vida pessoal estar em paz, pude focar em sentimentos e emoções vividas no passado, e outras, atuais,  relacionadas aos meus entes queridos.

Como venho participando de alguns grupos de escrita, tenho publicando minhas poesias, nestes grupos, e recebido avaliações encorajadoras, que me levaram a uma aventura maior. No final de 2021,  publiquei meu primeiro livro, "Pedacinhos de Mim"  com minhas reflexões e poemas.  Voo livre, sem rede de proteção.



Acredito que me precipitei.  Nunca havia pensado em lançar um livro e foi somente seguindo sugestões,  que resolvi juntar minhas reflexões e poemas, e fazer um livro eletrônico. Não sabia quase nada sobre o processo para publicação, e não queria gastos com edição, diagramação,  ilustração, etc. 
Só já no processo de publicação descobri ser necessário, se eu quisesse depois lançar uma versão impressa, ter um ISBN (International Standard Book Number). Comprei. Meu livro tem um número que o identifica, necessário para impressão. Muitos passos que eu ignorava, e abordo aqui na expectativa de ajudar outros, que estejam pensando em publicar,  a terem uma ideia mais clara do que está envolvido. 

 Teria valido a pena investir para ter um produto de mais qualidade, com estratégias de "marketing" e ter poupado muito trabalho com formatação, etc. Lendo a respeito, constatei que pulei etapas,  e há que ter cuidado até mesmo com o título. É necessária uma pesquisa cuidadosa para ver se há  similares no mercado, e como  fazer a divulgação.  Estava com pressa de observar o resultado, e criei meu primeiro livro na Amazon. Até hoje, ninguém comprou ou leu. Provavelmente, viram as páginas de amostra, e não quiseram investir na compra. Ficou caro. Também não tive retorno ou uma avaliação direta, honesta. Ah! Coloquei, no livro, que minhas reflexões e poemas se encontravam em meu ‘blog’. Para que comprar, então, se estavam disponíveis no site?  Depois lancei a versão impressa no Clube de Autores e também na Amazon. Difícil porque me atrapalhei com a formatação e não gostei do resultado.   Foram voos sem rede de proteção. 

Esta semana, estive assistindo um curso da Lilian Cardoso sobre publicação de livros, e  me dei conta que é um processo que tem que ser muito bem bolado para resultar em sucesso. Não que eu espere ficar famosa, ganhar muito dinheiro. Quero somente retorno,  avaliações honestas. É como se tivesse feito uma performance, sem auditório, no vazio. Tudo que fazemos necessita ter alguma resposta. O silêncio é muito desanimador.

 Não sou uma pessoa medrosa ou que não se lança em um projeto, com receio do resultado. Quando acredito em algo, faço, me arrisco. Já fiz "podcasts" sem entender nada sobre esta mídia, sem um aparelho de gravação legal, com ruídos externos atrapalhando.  Depois, julguei que a qualidade estava pobre, e os apaguei, mas houve quem tivesse curtido ou pelo menos  foi o que me disseram. Falso elogio? Talvez. 

Lições aprendidas? Com certeza. Já tenho vasto material para um talvez, próximo livro, mas vou procurar avaliar melhor, ter mais calma e cuidado com todas as etapas. Não me precipitar e  vou colocar redes de proteção. Talvez, ajudem !
Se após lerem este texto resolverem ler meu livro, comentem, critiquem,  mas deem retorno para eu decidir se devo  continuar ou, quem sabe, parar. Obrigada!


Um comentário:

  1. Que lindo!!! Espero que venham muitos livros depois deste. Felicidades e que você siga trilhando o caminho das letras. Pat

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