sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Comunicação e a Linguagem do Amor

 
A comunicação  é um processo de interação, que nunca é simples  considerando que demanda intenção, empatia e esforço conjunto. Envolve a estrutura educacional e cultural de cada indivíduo, suas expectativas,  maneiras de ser e agir, que sempre são distintas. 



Algumas dicas  de Peggy Guglielmino de seu curso  de Coaching, para melhorar a comunicação, em nossos diferentes relacionamentos:

1.  NÃO RECLAMAR/ACUSAR

 Ao invés de  focar no negativo e  reclamar/ acusar  ou generalizar,  utilizando a 2a. pessoa, de forma acusatória: "Você sempre..."; " você nunca...",  tente usar linguagem afetiva,  falando como você se sente a respeito do assunto/situação. A crítica não resolve conflitos e a outra pessoa se fecha. Comece usando a 1a. pessoa. "Eu me sinto... quando..."; "Fiquei incomodada quando..."; "Me sinto frustrada sempre que... ". Observe a reação que provoca  no outro.

2.  RELAÇÃO 50/50

 Sempre há os dois lados de qualquer situação/ problema; uma relação, que pode ser de 50/50, para mais, ou menos,  mas a responsabilidade nunca é unilateral. É compartilhada. Não há vítimas. Há que assumir sua parte do problema. Muitas vezes não expressamos, claramente, o que pensamos e desejamos. Não podemos desrespeitar  ou permitir o desrespeito, portanto, os limites devem ser estabelecidos.
                     
3. Escuta Ativa
 
Nós sempre buscamos ser  ouvidos/ entendidos, validados, mas há que buscar compreender/ entender ao invés de reagir e retrucar. Usar: "Eu te escuto..." "Eu entendo",  "Sinto muito que você se sinta desta forma". 
Ao se sentir ouvido, a outra pessoa se desarma.  Olhe nos olhos. Sossegue sua voz interior. Esteja totalmente presente, e curioso sobre o que está sendo dito. Se você começar a pensar ou ensaiar o que vai responder, não estará ouvindo ativamente. 
 Esclareça seu entendimento antes de  dar uma resposta ou fazer um comentário. Escute para entender e não julgar.

4. TIMING

Saiba escolher quando abordar algo negativo, ou trazer à tona um assunto delicado.  Aguarde quando ambos estiverem descansados, relaxados.  Escolha o momento apropriado.

Gary Chapman, em seu livro "The Five Love Languages", diz que o fundamental é ser amado e apreciado.  

Nosso instinto mais básico, de sobrevivência, é  o de conexão, de amar e ser amado. Entretanto, em  sua pesquisa descobriu que um grande número de casais não se sentem amados, em seus relacionamentos, e não porque não sejam amados, mas, porque não  identificam, no comportamento do parceiro, o que consideram expressão de amor. Suas expectativas diferem, assim como suas noções de serem amados, são distintas. Há diferentes maneiras de dar/ receber amor de seu parceiro.

Reflita:

Em que situações você se sente amado? O que precisa que façam para se sentir apreciado/amado?
Como você demonstra amor?

 Muitas vezes projetamos no outro o que sentimos ou queremos, e cada pessoa tem sua maneira própria, individual de demonstrar amor.



 Criamos uma imagem idealizada da outra pessoa.
Temos que ter consciência da diferença entre  paixão e amor. 
O apaixonar-se é uma projeção. Um estado, e é passageiro. Projetamos nossas expectativas, criamos uma imagem idealizada. Para amar é necessário tempo e conhecimento.  Amar é uma escolha, um verbo. Você escolhe a cada dia amar.  Ninguém irá encontrar outra pessoa que seja 100%  compatível. Escolhemos encontrar uma forma de fazer funcionar, um esforço para sermos um time, para dar certo.

Chapman fala nas 5 línguagens do amor, ou seja, as formas distintas de dar/ receber amor.  Conforme Chapman, nos sentimos amados ou demonstramos amor, quando utilizamos uma ou mais das formas abaixo:
 
1. Palavras de apreciação
 
Palavras de encorajamento e suporte mudam a dinâmica de qualquer relação.  "Eu acredito em você." Você pode fazer, vai conseguir". Estas palavras fazem  o outro sentir-se valorizado.  Temos que treinar nossas mentes em focar no positivo e mostrar apreciação. Faça solicitações de forma gentil; não dê ordens. "Eu iria amar se você..." . Comente sobre o que o outro faz que o encanta. Elogie atos ou palavras gentis.
 
2- Tempo de qualidade

Passar tempo com a pessoa amada, dando toda sua atenção individualizada, estando realmente presente, fazendo algo junto, compartilhando experiência, e sentimentos, com Interesse real. Use sua escuta ativa e esteja totalmente presente, estabeleça contato visual. Compartilhe seus sentimentos pela experiência conjunta. Seja curioso. Esclareça seu entendimento antes de  dar uma resposta ou fazer um comentário. Escute para entender e não julgar. Faça o tempo compartilhado memorável.

3- Contato físico

Tocar/ ser tocado, abraçar, beijar, acarinhar fazem parte de nossas demonstrações de amor.  Todos precisamos do contato físico, que pode ou não ser sexual. A interação sexual  por si só, não define a sensação de sentir-se amado. São os pequenos gestos de carinho, toques de amor.

4. Atos de serviço

Quando alguém nos ajuda, faz algo por nós, nos presta um serviço, quebra um galho, faz alguma de nossas tarefas, nos sentimos queridos, amados. Há determinadas tarefas que amamos quando nosso parceiro(a) faz por nós, principalmente quando é algo que geralmente não é sua tarefa.

5. Presentes/lembranças
 
  Lembrar ou saber que lembraram de nós. Uma lembrancinha, uma foto, uma mensagem, uma flor, nos fazem sentir amados, queridos. Não precisam ser presentes caros, ou em datas específicas, mas sim  uma lembrança de um momento vivido, uma experiência compartilhada. Demonstrar através de pequenas lembranças que o outro está presente mesmo  na ausência.

Em PNL há certos princípios  que propiciam uma  comunicação mais eficiente:

1. O mapa não é o território. 

Em CBT, estudamos este conceito de  Alfred Korzybski,  um dos princípios mais importantes de PNL. O que eu vejo, sinto, minha perspectiva  da realidade é somente parte de um todo. Até mesmo nossas memórias, que dependem de nossos cinco sentidos são parciais e limitadas. Não lembramos 100%;  muito é perdido, e o que permanece são lembranças subjetivas, de partes de um todo que nos marcaram de alguma forma, e que, muitas vezes, são lembranças  adulteradas.

2.  Minha interpretação é limitada.

 Nosso mapa não é completo e nossas interpretações do mesmo,  são, também, limitadas  por nossas emoções, bagagens pessoais, histórias de vida, educação, etc.  Não podemos considerar nossas memórias como retratos fiéis do que ocorreu; são somente nossa interpretação pessoal de determinado acontecimento, fragmentos de um todo. São somente  lembranças pessoais e subjetivas, e é por isto que há tantas versões de fatos históricos.

3.  Flexibilidade

  Quanto mais flexíveis somos, mais influência temos  para fazer a comunicação ser bem sucedida. Há que tentar olhar pela perspectiva do outro, sem tentar impor  um ponto de vista ou mudar a opinião do outro. Somente com uma mente flexível podemos levar a comunicação a um bom resultado, e conseguir resoluções favoráveis.

3. Escuta ativa

Ouvir atentamente, com curiosidade, silenciando nossa voz interior. Não pular para conclusões, interromper, julgar ou aconselhar. Elucidar se entendeu corretamente, parafraseando, ou fazendo perguntas elucidativas.

4. A comunicação está sempre presente

Comunicamos mesmo quando decidimos ficar em silêncio. Nosso silêncio muitas vezes é mais eloquente que palavras. Comunicamos através do olhar, sorriso, linguagem corporal. Nunca falhamos em nos comunicar.  Sempre há alguma categoria de comunicação. Temos que estar atentos para o quê estamos comunicando.

5. Propósito inconsciente

Agimos guiados por uma intenção, que acreditamos (inconscientemente|) irá nos beneficiar de alguma forma. Mesmo nos casos extremos, que têm resultados negativos, catastróficos, o sujeito pensou em algum benefício com sua ação.
 Há que questionar nossas intenções e o que está por trás delas.

 Para melhorarmos nossa comunicação é necessário um interesse real em entender e ser entendido, buscar pontos comuns, checar entendimento. Não é fácil e simples, e devido a isto há tantos mal entendidos e problemas  resultantes de uma má comunicação. Como vimos, uma das principais condições para uma comunicação efetiva é saber escutar, ter empatia e  uma fala amorosa.



Segundo Peter Ustinov: " Comunicação é a arte de ser entendido."

Referências:
Texto baseado em  cursos de CBT e NLP, ministrados por Kain Ramsey, Udemy; curso de Coaching de Relacionamentos por Peggy Guglielmino, Udemy.
Tradução, resumo e adaptações de Maria Aparecida Guimarães

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