Neste mundo louco, instantâneo, temporário, descartável, de realidade virtual e inteligência artificial, onde todos estão em busca de paz, verdade, aconchego, amor — e de si mesmos —, parece que tudo isso está, ou indisponível, ou quase em extinção. Pensamos então no amor, e em como essa palavrinha, que carrega o maior dos sentimentos humanos, está tão banalizada e esvaziada de sentido.
Fala-se de amor rapidamente, sem medir o que realmente sentimos. Seria atração, desejo ou apenas carência?
Todos nós desejamos ser amados e amar. Queremos ser ouvidos, acolhidos, até paparicados. Esperamos que o outro venha preencher nossas carências, nos completar… Mas será mesmo? Dificilmente dois incompletos irão se completar, sobretudo se as necessidades forem idênticas, as expectativas variadas e a frustração iminente.
A velha metáfora dos dois pedaços da laranja, ou da busca pela "nossa metade", me parece equivocada. Acredito que precisamos estar inteiros para, assim, podermos nos doar, compartilhar, sem a expectativa da contrapartida — que, se ocorrer, será maravilhosa. Amar é doar-se, é entregar-se, sem esperar receber. Do contrário, vira negócio, mera troca.
Quando criamos expectativas em relação ao outro, pavimentamos o caminho da frustração. Muito raramente recebemos exatamente o que esperamos, ou damos o que é necessário. Sempre haverá um espaço vazio, um descompasso — um gap — que, somente quando há muito amor abnegado, pode ser aceito, compreendido e reintegrado.
Qual sua visão? Concorda? Discorda? Compartilha.
Cida Guimarães
28/05/25
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