Vida que segue, vida que muda e nos leva a refletir sobre o que vivemos, conquistamos, perdemos, sofremos e aprendemos.
Houve um pouco de tudo: momentos, conquistas e encontros lindos e surpreendentes, cuja lembrança aquece meus dias; momentos neutros e rotineiros; e ainda aqueles que rasgaram minha alma e levaram consigo pedaços de mim.
Quem sou eu hoje? Uma mistura de tudo o que já fui um dia, desconstruída de muito do que já pensei e acreditei, e reconstruída por outros sentires e pensares.
Melhor? Em muitos sentidos, sim: mais espiritualizada, mais destituída de preconceitos e verdades absolutas; mas também menos crédula, menos romântica, mais pé no chão e cética quanto a amores e amizades totalmente desinteressados e altruístas.
Lamentavelmente, ao longo da vida, fui constatando que há sempre um interesse ligando ou desligando relações — sejam elas de trabalho, amizade ou familiares — e que nós, seres humanos, pensamos, sempre, primeiro em nós mesmos: nossos interesses e prazeres. O outro é, muitas vezes, apenas o outro, que iremos contemplar ou não, dependendo da nossa conveniência.
Cínico? Sim, bastante. Triste? Também. Mas real, numa sociedade individualista, egoísta e regida por valores materialistas. E o que fazer?
Seguir tentando dar e ser o melhor de mim a cada dia — falhando, aprendendo e vivendo —, na consciência de que a vida é feita de impermanência, de perdas e de encontros passageiros. No fim, talvez a grande sabedoria esteja em aceitar que somos apenas viajantes temporários neste mundo, buscando sentido em meio à beleza e à fragilidade de existir.
Cida Guimarâes
27/05/25
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