Com a mente vazia de ideias, sem inspiração, fico só olhando este mar caudaloso,
que vem com fúria lavando a praia, tomando espaços, que seriam seus de direito. Me maravilho, espanto, e me espelho nesta natureza linda, e que nos diz tanto sobre nós mesmos.
Sim, somos, também, como este mar bravio e incontrolável. Tomados por nossas emoções, muitas vezes avançamos em territórios outros, destruímos cercas de proteção, causamos estragos profundos.
Sempre a dualidade entre a falta e o excesso, a força e a fraqueza, o cheio e o vazio, a tagarelice e o silêncio, o muito e o nada, e nossa eterna insatisfação com o que vivemos no momento.
Olhamos para o que falta e nâo para o que temos e vivenciamos, e deixamos de curtir a beleza do que é. Há que apreciar cada estado de vida, por mais difícil e doloroso que seja, pois ele nos leva a entender o seu oposto, e a valorizar o que nos proporciona de ensinamento.
Cida Guimarães
30/06/24