Sentada à sombra das árvores, nesta praça, que foi testemunha dos esforços de meu filho para viver e exercitar-se nos aparelhos para voltar a forma, relembro lindos momentos, aqui passados.
Ele, ou comendo bergamotas, ou tomando seu chimarrão, tendo, como fundo sonoro, os gritos das caturritas. Como distração, o desfile de muitos cãezinhos, a fazer festa, com seus donos. Houve muitos encontros, com familiares e amigos, na praça Darcy Vignoli.
Hoje, sinto como se ele estivesse ao meu lado, e nós falando de coisas, que, talvez, não tenhamos conversado, então. Nem sempre, com aqueles que mais amamos, conseguimos abrir-nos inteiramente, e, lamentavelmente, ficam coisas não ditas, sentimentos não expressos.
São preciosas e dolorosas as lembranças, mas precisamos, pelo menos, entender tudo que vivemos, o que significou e trouxe de aprendizado. Não há morbidez, só um olhar retrospectivo, saudoso e curioso, sobre o que vivenciamos.
Ainda é difícil equacionar o ocorrido. É necessário tempo, espaço, reencontro, comigo mesma, para poder, então, com mais distanciamento, olhar para nossas vivências, e ver o que trouxeram de lições. O que deixou de positivo? Sempre há algo de bom no ruim e vice-versa. Há que buscar e tentar entender, e quem sabe, ressignificar o que vivemos.
Foi muita dor, angústia, apreensão. Sentimentos confusos, emoções e conflitos contraditórios. É preciso encontrar repouso e paz!
Há que fazer esta viagem interior, dolorosa, mas, certamente, imperiosa para poder voltar a viver, a sorrir, e poder agradecer as bênçãos concedidas.
Cida Guimarâes
27/12/24
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