Havia gastos, coisas pequenas, que também minha mãe escondia do papai, que era mais pé no chão, e encarava a realidade. Não há aqui uma crítica a minha mãe, muito importante, amei, e vou amar, sempre; possuidora de qualidades admiráveis, mas ninguém é perfeito, e este era um problema originário de uma criação/ relação equivocada, de preconceitos e falsos valores arraigados.

Espelhos é um espaço de auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal através da identificação de ideias preconcebidas, pensamentos limitantes, e distorções cognitivas. Há um espaço, com minhas reflexões pessoais, crônicas, poemas, etc. Espero que seja um canal efetivo de comunicação, troca de ideias, problemas, e sugestões, que proporcionem esclarecimento, entendimento, iluminação, e crescimento.
segunda-feira, 23 de maio de 2022
Mentiras Brancas
Havia gastos, coisas pequenas, que também minha mãe escondia do papai, que era mais pé no chão, e encarava a realidade. Não há aqui uma crítica a minha mãe, muito importante, amei, e vou amar, sempre; possuidora de qualidades admiráveis, mas ninguém é perfeito, e este era um problema originário de uma criação/ relação equivocada, de preconceitos e falsos valores arraigados.
terça-feira, 3 de maio de 2022
UMA NOITE DE TERROR !
Soa a campainha da porta freneticamente. Quem seria? Não era o interfone, então deveria ser um morador do prédio. Levantou-se, abriu a porta, e deu com o Sr Márcio, seu vizinho de porta, senhor idoso, meio mal-humorado. Geralmente, vinha evitando puxar conversa com ele, pois desfilava sempre um interminável rosário de queixas. Para o seu“ Bom dia, tudo bem?” A resposta era invariavelmente“ Não, nem sabe, estou com muitas dores, e hoje....” Naquele dia foi incisivo:
"Rápido, saia rápido, que a água já vai invadir seu apartamento". Sem entender bem, Joana olhou para baixo e viu que a água, realmente, já adentrava o apartamento. Foi nos fundos, onde havia uma área adjacente a cozinha e viu a água entrando com força. Já estava em dois palmos de altura. Desesperada, sem saber o que fazer, pegou o celular, óculos, levantou alguns poucos objetos, e de pijama mesmo desligou a chave de luz e foi com o Sr. Márcio para o apartamento da Jacira no 1°andar, onde já se encontravam outros moradores. Foram todos para as janelas do apartamento de frente e para as escadas, que tinham janelas para a rua, que havia se tornado um rio; no térreo, a água já estava, agora, na altura de meia janela.
Viram uma mulher pedindo socorro; o carro dela boiava e ela não conseguia sair do mesmo. Gritos aflitos! Carlos, homem alto, musculoso dono de um lava-carros/garagem a meia quadra do prédio, onde Joana também guardava seu carro, aparece para ajudar, e consegue retirá-la pela janela. Cena inesquecível. Medo, tristeza, compaixão, alívio. Mistura de sentimentos. Nunca imaginara viver algo assim!
Eram três os moradores do térreo: Joana, que vivia só, o Sr. Márcio, com a esposa e Katia, com marido e dois filhos. O apartamento da Kátia era o maior, deste andar, com dois quartos.
A sensação de todos era de desespero e impotência, vendo suas casas serem alagadas. O senhor Márcio, morador antigo do prédio, já havia vivido esta situação antes; Joana nunca havia pensado ser protagonista de uma cena tão aterradora.
Quando visitou o imóvel para comprar havia lhe chamado a atenção uma escada no térreo, que lhe pareceu sem sentido. Era em V invertido e não levava a lugar algum; a escada para os demais dois andares era mais atrás, sem conexão com estes três degraus. Havia perguntado e lhe disseram haverem levantado para evitar alagamentos. Pareceu estranho, mas não lhe ocorreu que pudesse entrar água, na proporção do ocorrido. O apartamento era o que estava buscando. Lindo, aconchegante, e com um mini pátio, nos fundos.
A chuva forte durou cerca de 1 hora, mas ficaram no 1.º andar por cerca de três horas, até a água baixar. Neste ínterim, Joana tentou ligar para os filhos, mas só conseguiu falar com Pedro, o mais velho, que disse para ela ir para a casa dele, o que, no momento, era impossível. Estavam ilhados. Ligou para o namorado, que estava em viagem, para desabafar, contando que ao sair do apartamento a água já estava no meio da janela, 1 metro e meio. O que ele poderia fazer? Só a necessidade dela em desabafar, e dividir este momento horrível com alguém próximo como se isto fosse amenizar o que estava passando e sentindo.
Quando, finalmente, a água baixou, desceram para ver os estragos. Um horror!
A geladeira boiava no meio da cozinha, gavetas alagadas. Lama e entulho. Uma devastação com muitas perdas. Um cheiro horrível. Não era possível examinar os estragos porque à luz de velas, só era possível ver que os móveis haviam sido muito estragados. Impossível ligar o interruptor, pois poderia causar um curto-circuito.
Trocou de roupa, pegou documentos e dinheiro que, graças a Deus, guardava em gavetas mais altas, caminhou até a avenida, com água, ainda pela canela, e após alguns minutos conseguiu chegar até um ponto de táxi, e foi para o apartamento do filho. A garagem, na mesma rua, onde guardava seu carro, também estava alagada e seu carro precisaria, com certeza, de reparos.
Ficou imaginando como deveriam se sentir os moradores ribeirinhos, que vivem esta situação, rotineiramente, ou no temor que possa ocorrer. Pensou, também, nos grandes desastres/calamidades, e no sentimento das pessoas que de uma hora para a outra perdem suas casas e pertences.
Joana nem sabe por onde começar. O apartamento está destruído. Os tabuões do chão estão com buracos, os armários embutidos soltando a cobertura de MDF, livros inchados, sapatos que ficavam em gavetões, embaixo da cama, destruídos. Gêneros perdidos. Havia comprado há pouco duas poltronas, brancas, lindas de embalo, que jaziam tombadas, cobertas de barro.
Começam a tentar a limpeza, levantando os eletrodomésticos e testando tudo. Adentram os repórteres, com câmeras de TV, questionando as causas e solicitando entrevista. Joana dá uma declaração:
"Esta tragédia foi provocada por obras inacabadas na construção de um ducto, que devido a um planejamento pobre e descuidado, bueiros entupidos, deixaram ruas vulneráveis, e a enxurrada veio derrubando muros e estacas mal colocadas. "O que as autoridades vão fazer agora? Como vão indenizar os moradores ?”
Voltou para o apartamento após 3 dias, mas a sensação era horrível. A cada noite e a cada temporal, o medo de um repeteco; além disto, minhocas e outros insetos saiam do piso danificado. O cheiro de esgoto insuportável.
Situações traumáticas ficam como impressas, e conseguem fazer o sentimento original ser revivido.
sábado, 16 de abril de 2022
A Decisão
Jorge perguntou ao seu agente, Pedro, porque havia sido o escolhido, e ele disse que o motivo era a admiração de Carla por sua postura, atitude e aparência. Ela ofereceu uma quantia considerável, que resolveria seus problemas financeiros atuais.
Decidir é muito difícil; Sempre vamos arcar com os resultados de nossas escolhas, e Jorge ainda não tem consciência plena do que terá que enfrentar, mas pelo menos tem coragem.
sábado, 26 de março de 2022
REMINISCÊNCIAS
Lembro que em determinada estação, hoje não sei precisar qual, ajudávamos a ensacar as frutas para as proteger dos insetos Adorava fazer isto. Papai nos dava alguns cruzeiros, (anos 50). Colhíamos muitas frutas, que os parentes e vizinhos levavam em sacolas. Mamãe também preparava vários doces em calda: figo, laranja azeda, doce de batata doce.
Deliciosos! Consigo, hoje, ainda, sentir o cheiro e sabor. Incrível como lembramos cheiros e sabores.
Era muito especial colher os ovos e ver as galinhas voando de poleiro em poleiro, cacarejando alvoroçadas. Amava a cena! Era tudo muito de repente; com minha entrada, o caos se instalava. Assim é na vida da gente; o inesperado nos tira de nosso eixo. Esta é, talvez, uma lembrança marcante de minha primeira infância.
Não tinha muitos amigos, mais imaginários que reais, e meus irmãos eram bem mais velhos. Me encantava criar histórias encantadas com minhas bonecas e meus diversos bichinhos de estimação. Tive um porquinho da índia, que amava vestir , e arrastar em minhas aventuras pelo pátio e vizinhança. Anos mais tarde, tive uma tartaruga. Minha diversão era fazer a Julieta colocar a cabeça fora do casco. Eu dava soquinhos no casco e chamava: “ Jujú, vem pra fora.” Hoje penso que há muita gente como a Julieta, que se esconde do mundo, que pode ser muito inseguro, apavorante.
Meu pai tinha um papagaio, Zacarias, mas com exceção dele, papai não deixava ninguém se aproximar. Bicava e xingava com o palavrão preferido de meu pai. “Que merda! “ Manhã cedo gritava: “ Louro quer café.”
Para desespero de meu pai, um dia o louro sumiu. Mamãe alegou que esquecera de cortar suas asas e que devia ter alçado voo e se perdido. Papai custou a se consolar. Algum tempo mais tarde comprou outro, mas não era igual. Nada é. Tudo é substituível, mas não igual.
Mentirinhas. Contamos algumas para evitar desentendimentos, tristezas, mas a verdade dói em nós.
quarta-feira, 16 de março de 2022
A Persistência da Memória
SONHO
sexta-feira, 4 de março de 2022
Felinos Magnéticos!
sábado, 12 de fevereiro de 2022
Amor e romance nos tempos atuais !
Meus voos sem rede
Sou ariana, impetuosa, e arrisco, às vezes, de forma desnecessária. Dizem que após a metade de nossa vida, nos tornamos nosso ascendente. Então, hoje, quando já ultrapassei, em muito, a metade de minha vida, sou mais taurina; pé no chão, mais reflexiva e atenta. Entretanto, ainda há resquícios importantes. Preciso terminar o que comecei, quero resultados, e acabo me precipitando.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2021
Adeus 2021!
sábado, 27 de novembro de 2021
Desilusões!
Raramente as coisas acontecem como esperávamos e isto se aplica a acontecimentos, lugares, pessoas. É inevitável o sentimento de frustração, desilusão. De quem é a falta? Geralmente culpamos a vida, os outros, mas somos nós os responsáveis por este sentimento, pois criamos ilusões de que as coisas serão distintas, e temos dificuldade em lidar com a realidade que nunca é como imaginada. Sempre queremos o sonho, a atitude considerada do outro, a lembrança, o gesto de apreciação, a palavra carinhosa, ou no mínimo a lembrança, ou suporte na dificuldade. Fica o vazio, a realidade que te joga no chão.
Kain Ramsey, em uma de suas publicações, disse: "Nunca fique obcecado em como você pensa que as coisas deveriam ser em qualquer aspecto da vida, pois você perderá a possibilidade de apreciar as coisas como elas são. "
Fazemos isto? Não, eu pelo menos, na maioria das vezes, me decepciono muito, e tenho procurado mudar, não criando expectativas ou pelo menos ter a realidade presente.
Ainda, segundo Kain, há duas categorias de pessoas: consumidores e contribuidores.
Os consumidores, e isto se aplica a ideias, conceitos, produtos, lugares e até mesmo pessoas, usam, consomem, e nunca estão satisfeitos com sua realidade. Tem opinião sobre tudo e querem gerenciar até mesmo a vida dos outros, mas nunca estão satisfeitos com a sua própria vida. Estão, sempre, em busca, usam e descartam sem avaliar os benefícios e/ou malefícios, ou como estão impactando a vida dos demais. São cansativos de se ter por perto, pois não enxergam o outro, obcecados demais com suas ilusões, e seu egocentrismo.
Os contribuidores, por outro lado, tentam resolver problemas, criar alternativas, compartilhar suas descobertas. Enxergam seus pontos falhos, e estão em busca de seu crescimento pessoal. Não se desiludem tão facilmente, pois não criam expectativas irreais, fantasiosas sobre o outro, ou as circunstâncias de sua vida.
Acredito que imperfeito que somos, ninguém é exclusivamente consumidor ou contribuidor, mas tende mais para um ou para outro. Identificar nossas tendências e como as mesmas impactam nossa noção de realidade e nossas interações é um passo importante em nosso processo de desenvolvimento.
Você se considera mais um consumidor ou um contribuidor? Como você lida com a realidade? Tenta encontrar alternativas para contornar problemas/dificuldades e não se deixa abater por desilusões ou quer tudo de seu jeito e qualquer tranco da vida te coloca em um buraco?
Cida Guimarães
27/11/2021
segunda-feira, 1 de novembro de 2021
Monstrinhos danosos
quarta-feira, 20 de outubro de 2021
Qual será seu legado?
Meu pai, suas conquistas através de muito trabalho, dedicação, esforço. Sempre salientou a necessidade de prepararmos nosso futuro, e virei professora devido a ele. Também me ensinou a poupar, definir prioridades, valorizar o que tínhamos. Herdei, também, seu amor às viagens. Marcantes, também, eram sua vitalidade, humor e brincadeiras.
Um epitáfio que me parece fiel é: "Cida, viveu e amou intensamente".
Há pessoas, com as quais não tivemos longo contato, mas foram importantes, especiais. O legado não foi de coisas perecíveis, mas em uma forma de ser; nos mudaram enquanto pessoas, em nossa essência. Ensinaram algo, nos tocaram em nosso âmago, nos transformaram.
"Live, love, laugh, leave a legacy". Stephen Covey
2010/2021
sexta-feira, 15 de outubro de 2021
Comunicação e a Linguagem do Amor
Ao se sentir ouvido, a outra pessoa se desarma. Olhe nos olhos. Sossegue sua voz interior. Esteja totalmente presente, e curioso sobre o que está sendo dito. Se você começar a pensar ou ensaiar o que vai responder, não estará ouvindo ativamente. Esclareça seu entendimento antes de dar uma resposta ou fazer um comentário. Escute para entender e não julgar.
O apaixonar-se é uma projeção. Um estado, e é passageiro. Projetamos nossas expectativas, criamos uma imagem idealizada. Para amar é necessário tempo e conhecimento. Amar é uma escolha, um verbo. Você escolhe a cada dia amar. Ninguém irá encontrar outra pessoa que seja 100% compatível. Escolhemos encontrar uma forma de fazer funcionar, um esforço para sermos um time, para dar certo.